quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

É quase Verão

Praias, sorvetes, banhos de rio, loiras geladas e aquele clima quente do verão a flor da pele.
Seria o verão da década, não fossem as balas perdidas e aquela botafoguense convicta, discípula do conde Drácula, que adora sorver com seu canudinho sangue humano, alguns contaminados por partículas virais da dengue.
Não passaria de uma simples picada, se a fêmea do Aedes aegypti não fosse promíscua, adentrando com sua probóscída nervosa, outras peles humanas à procura do néctar que viabilizará seu poder reprodutivo, aí é que o vírus da dengue deita e rola se propagando pelas multidões.
Há mais de duas décadas combatendo a dengue, os programas adotados têm se mostrado inócuos. Sendo a grande totalidade dos focos artificiais, isto é, criados pelo próprio homem, é imprescindível um forte envolvimento popular nas ações de combate, senão morbidades e mortalidades acontecerão.
Cada um tem o dever de ficar vigilante com relação a qualquer condição que propicie a formação de criadouros de mosquitos - que vai desde uma tampinha de garrafa a uma piscina não tratada.
Em tempo, só a fêmea do mosquito é hematófaga. Uma única reprodutora pode originar centenas de novos descendentes. É só ter à sua disposição depósitos de qualquer tamanho de água cristalina, de preferência na sombra.
Pelo andar da carruagem, erradicar o Aedes aegypti é utopia. Só resta minimizar ao máximo sua densidade e isso só se consegue com a sua participação.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A praga rastejante

Com o objetivo de comercializar a carne para o consumo humano, pessoas inescrupulosas trouxeram, do nordeste e leste africano, exemplares do caracol Achatina fulica, popularmente conhecido como caramujo gigante, caramujo africano, acatina e rainha africana.
Além dos prejuízos agrícolas, devorando verduras, legumes, frutas e plantas ornamentais, esses gastrópodes são potenciais transmissores de doenças que acometem o homem.
Na esfera ambiental, por não possuírem predadores, o impacto gerando desequilíbrio na fauna nativa é devastador. É uma terrível ameaça ao meio ambiente e a malacofauna brasileira.
Segundo a União Internacional de Conservação da Natureza a introdução de organismos exóticos é uma das maiores causas de perda da biodiversidade nos ecossistemas nativos, só ficando atrás da destruição direta provocada pelos desmatamentos.
Alguns cuidados devem ser tomados com relação a esses moluscos: Não tocá-los com as mãos desprotegidas. Não consumir hortaliças, frutas e legumes sem antes terem sido mergulhadas por 30 minutos em uma solução contendo uma colher de sopa de água sanitária em 1 litro d’água, lavando-os bem com água potável antes do consumo. Não comer, beber ou fumar após contato com o caracol e, principalmente, conservar limpo o quintal evitando acúmulo de materiais e entulhos.
A contaminação se dá pela ingestão da carne do caracol, de vegetais impregnados pelo seu muco ou através do contato direto pelas mãos desprotegidas.
O combate a esses animais deve sempre ser feito por adultos, evitando a participação de crianças. Da seguinte forma:
Com as mãos protegidas por luvas ou sacos plásticos, colocá-los em um recipiente com água salgada, por três horas. Depois incinerá-los, quebrar suas cascas para evitar a formação de focos de mosquitos e, por último, enterrá-los longe de fontes de água.

Caderno de Entretenimento – Prista – 16/07/2008

O gato doidão

Amados por uns e odiados por outros os gatos são fenomenais. Bastante ágeis, misteriosos, surpreendentes, independentes e muito inteligentes. Dentre os mamíferos é tido como o maior predador pela forma, sagacidade e diversidade de vítimas que abate. O nome gato vem de “quttah”, palavra de origem árabe.
O Miacis é o ancestral dos felinos, ursos, cães e uma das suas ramificações deu origem aos primeiros gatos – o Prociluris – e como conseqüência ao Felis lunensis, pai dos atuais gatos.
Excêntricos, alguns adultos e nunca os filhotes, apreciam o “catnip”, uma erva que possui uma substância oleosa denominada hepetalactone, que lhes proporciona um estado de semiêxtase e euforia. Após mastigar ou se esfregar na Nepeta cataria que é originária do Mediterrâneo, os bichanos ficam em transe por alguns minutos. A gatária ou erva-do-gato como também é conhecida, está para o gato assim como a maconha está para o homem. Sua substancia ativa entra na confecção de repelentes de insetos e em muitos produtos e brinquedos destinados a esses felinos.
Os olhos dos gatos brilham no escuro, isto acontece porque por de traz de sua retina existe uma camada de células especializadas – o tapetum lucidum - que reflete a luz recebida acentuando sua visão noturna.
Um gato nunca ronrona para outro gato, só o faz para o homem. Na maioria das vezes quando está feliz ou relaxado, com o intuito de lhe chamar a atenção. Existem várias teorias para explicar o ronronar: desde falsas cordas vocais, até o aumento de fluxo sanguíneo que provoca um ruído turbulento ressonando no seu diafragma.
Não transmitem asma como muitos pensam. No ato freqüente de lamber deixam na sua pelagem junto a saliva uma proteína que se aspirada desencadeia crises nos portadores de asma. Banhos regulares diminuem a concentração desta substância nos pêlos, tornando-os menos incômodos aos alérgicos. Segundo alguns pesquisadores, crianças que convivem com os gatos desde a tenra idade adquirem certa imunidade a este alérgeno.

Caderno de Entretenimento – Prista – 01/02/2009

No resguardo da saúde pública

As atividades de controle de zoonoses fauna sinantrópica e vigilância sanitária são a linha de frente na promoção e no resguardo da saúde pública.
Grande parte dos atendimentos, principalmente de crianças, nas unidades de saúde é oriunda de deficiência e precariedade nas atenções ao saneamento básico principalmente na água destinada ao consumo, que obrigatoriamente tem de ser submetida a parâmetros físicos, químicos e biológicos antes de sua utilização.
Todos em algum momento devem ter passados por situações em que as regras de higiene inexistem ou foram quebradas em se tratando de comercialização de gêneros alimentícios, desde sua produção, comercialização, manipulação inadequada até o seu consumo final
Ratos e baratas, seres emergentes da cloaca urbana perambulam pela noite em busca de provimentos facilmente encontrados nos fétidos lixos que compõe nosso cenário urbano, disseminando perigosos agentes mórbidos como a temida leptospirose , peste negra, antavirose,além d outros microorganismos transmissores de enfermidades..
Estes habitantes dos avernos da imundície impõem sua dantesca presença ao cenário urbano e deixa em seus rastros tenebrosos agentes patogênicos contaminando nossos alimentos.
Poucas cidades põem em prática estas atividades tão importantes para uma boa saúde coletiva. Por ser fiscalizadora e punitiva, não caem bem nas intenções da maioria dos políticos, tanto é que pouco se fala durante as campanhas eleitorais.
É fundamental a presença e a implementação dessas ações básicas no resguardo da saúde pública. O executivo e o legislativo têm de romper essa inércia, até porque assegurar uma saúde digna aos cidadãos é um dever do estado e um direito inconstitucional de todos.
Mesmo que as atividades de fiscalização e vigilância sejam ignoradas, pelo menos a educação e conscientização sanitária têm de ser exercidas. Donos de mercados, bares, trailers, pastelarias, fábricas de doce, lanchonetes e restaurantes tem de estar conscientes que além se ser uma obrigação zelar pela saúde pública, o respeito aos padrões de higiene verterão em clientela confiante, consistente e mais satisfeita.

Jornal A Voz da Cidade - 07/07/2007

A gripe assassina

O vírus da gripe existe há mais de 80 milhões de anos. Dos três tipos A, B e C, o “influenza A” foi o responsável em 1918 pela Gripe espanhola (H1N1), em 1957 pela Gripe asiática (H2N2) e em 1968 pela Gripe de Hong Kong (H3N2). A espanhola foi a mais devastadora do século matando cerca de 40 milhões de pessoas em todo mundo, incluindo o então presidente da república Rodrigues Alves.
As pandemias são epidemias que percorrem continentes. A gripe espanhola levou quatro meses para circundar o planeta e estima-se que o vírus H5N1, responsável pela recente gripe aviária ou gripe dos frangos, levaria somente quatro dias para realizar tal feito, o que seria uma calamidade tão ou mais devastadora que a da peste bubônica na Idade Média. O H5N1 poderá adquirir tal capacidade se seu material genético misturar-se com o vírus da gripe comum, isto é, se uma pessoa contrair as duas cepas virais ao mesmo tempo, resultando num vírus híbrido com capacidade de transmissão direta entre as pessoas.
Para que aconteça uma pandemia é necessário o aparecimento de um agente novo (mutante) para o qual a população não possua anticorpos e que seja transmitido entre indivíduos.
A cada quatro décadas ocorre uma nova versão do influenza com linhagens mais letais. De acordo com estes cálculos estamos à beira de mais uma epidemia transcontinental já que a última aconteceu em 1968.
A gripe dos frangos é uma “epidemia veterinária”, a transmissão se dá entre as aves. Para se ter uma idéia, uma pequena pitada de fezes de uma ave doente pode infectar um milhão de outras.
A contaminação humana é acidental, acontece pelo contato direto com aves contaminadas e seus subprodutos, secreções e excreções. Porém, a partir do momento que esta transmissão ocorra entre humanos, o que não pode ser descartado, o risco de uma grande pandemia, com mortandade em massa no mundo seria uma realidade. Acredita-se que ¼ da humanidade seria infectada e 30 % morreriam em curto espaço de tempo.
Recentemente, na terra de Bush, material genético removido de tecidos de vítimas da Gripe de 1918 foram enxertados em células, recriando em laboratório, um vírus híbrido mais letal que o N1H1. Imagine esse processo caindo em mãos erradas! Sem dúvidas seria o sonho de qualquer organização terrorista.
O novo Regulamento de Saúde Internacional adotado pela OMS em Genebra, em maio deste ano trouxe mais segurança frente a estas catástrofes microbiológicas. Mas uma coisa é certa, nesta grande guerra os microorganismos estarão sempre à nossa frente.

Jornal A Voz da Cidade – 12/11/2005

Homem desequilibrado, animal neurótico

Na matilha, o animal dominante ou alfa, tem prioridade na alimentação, acasalamento e outras regalias; essa posição é mantida até que sua dominância seja ameaçada por outro animal de posição hierárquica subseqüente ou beta, nesse confronto a agressividade é parte da contenda. Na ótica canina, os humanos - por possuírem uma estrutura hierárquica similar - são tidos como concorrentes na disputa por posição. Já presenciei situações em que o cão é o dominante na família, não se submetendo aos outros indivíduos (inclusive humanos), é o caso de cães que mordem ou não respeitam seus donos. Também não é incomum, animais que obedecem a uma só pessoa na família, sendo intransigente e até agressivo com as demais. Essa “agressividade natural” só é observada quando sua posição ou seu território é ameaçado.
Os cães absorvem consideravelmente as neuroses humanas, refletindo-as sob forma de depressão, insegurança, tristeza, fobias e agressividade na esfera psíquica e doenças de pele, automutilações, distúrbios no apetite e outras patologias na esfera física.
Conseguem entender o que sentimos, não através da nossa vocalização, mas pelas emoções que emanamos, seja insegurança, raiva, medo, alegria, afeto, ódio, desamor e raramente julgam erradamente nosso caráter.
A “agressividade patológica e descontrolada” é sintoma de uma relação traumatizante com humanos e cuja gênese são traumas na esfera física e psíquica ocorridas principalmente na infância e adolescência, como fome, espancamento, falta de amor clausura inconcebível em canis ou confinamento dantesco em correntes
A relação com os animais não deve ser insegura, possessiva e nem neurótica e sim baseada na sensibilidade, no equilíbrio, no respeito, na racionalidade e no amor. É mais do que uma obrigação do homem proporcionar vida digna aos animais, já que, é ele quem estabelece o início da relação.
Amem e respeitem seus animais e eles serão indivíduos companheiros, tranqüilos, seguros, confiáveis e sem neuroses.

Jornal A Voz da Cidade – 07/01/2006

Ofidismo animal

Comuns em cães e raros em gatos os acidentes envolvendo ofídios venenosos requerem atendimento de emergência face as graves provocadas pela peçonha ao organismo do animal e se possível identificação da espécie agressora visando à terapia específica.
Em nossa região quase a totalidade dos acidentes é provocada por cobras do gênero Bothrops (jararaca e jararacuçu). seguidos do Lachesis (surucucu).
Na maioria das vezes os animais são picados na região da face e pescoço, partes do corpo que primeiro de aproximam da cobra. A severidade do envenenamento depende da quantidade de peçonha inoculada. Leve, com alterações no local da picada e grave, com alterações sistêmicas.
Acidentes com jararacas são bastante doloridos, provocam edema (inchado), sangramento e marcas arroxeadas no local. Na ocorrência de maior gravidade aparece sangue na urina, necrose tecidual, insuficiência renal, gangrena e choque podendo levar a morte. No caso da surucucu – gênero Lachesis -ocorre significativo edema local, sangramentos, vômitos e diarréia. As corais verdadeiras – gênero Micrurus – são responsáveis por menos de 0,5 % dos acidentes, tendo pouca importância médica; seu veneno provoca sintomas neurológicos e insuficiência respiratória aguda com dificuldades de respirar, abrir os olhos e engolir.
Se um animal for atacado por uma serpente, medidas preliminares devem ser adotadas com o objetivo de evitar o agravamento do quadro clínico. Mantenha–o calmo, imóvel, quando possível utilize compressa gelada no local para minimizar o edema e procure o médico veterinário o mais breve possível para a administração do antiveneno.
Não improvise torniquete porque a toxina retida e concentrada provoca necrose e gangrena e não corte ou dilacere o local, para não acentuar o sangramento. A utilização de querosene, pó de café, terra e outras substâncias são contra indicada, pois, além de irritarem, infeccionam o local da picada.
Estes répteis têm grande importância no equilíbrio vital do meio ambiente, seu extermínio propicia a proliferação de roedores e instabilidade na comunidade biológica do ecossistema.
Não matar os gaviões, corujas e muçuranas, seus predadores naturais, não desmatar, evitar queimadas, manter os quintais limpos e não acumular madeiras, tijolos, telhas e pedras nas cercanias das residências são necessários, na prevenção do ofidismo animal.

Jornal A Voz da Cidade – 11/02/2006

O canto de um lamento

Capturados nos vales, planícies e montanhas, deixam os céus quando impiedosamente são engaiolados nos avernos das pequenas prisões, tristes, claustrofóbicas e desumanas.
A cada alvorada a esperança de voar se desfaz nas grades que os aprisionam e a cada crepúsculo suas asas encolhidas confortam seus pequenos corpos num canto triste de sua gaiola.
Ainda gorjeiam um lindo canto de lamento, saudade e tristeza como se quisesse despertar a consciência de seu algoz.
É degradante ver a “imagem e semelhança do Criador” aprisionando uma das mais formosas obras da Criação. Ainda usam a harmonia triste da prisão para o seu insano deleite. Ofuscados são incapazes de distinguir a melodia do lamento.
O homem tem sido através dos tempos o mais temível e cruel predador, o mais inconseqüente e abominável devastador. Além de retirá-los do ambiente onde são importantes na cadeia alimentar e no equilíbrio ecológico ainda devastam seu habitat através do desmatamento. Os pássaros são responsáveis pela arborização e muitas espécies estão em via de extinção.
Já que não conseguem coibir estas atividades ilegais, os órgãos ligados ao meio ambiente deveriam desenvolver nas escolas, atividades de conscientização voltadas à preservação da fauna, da flora e da vida dos pássaros.
Quanto maior o desrespeito com a vida animal maior o atraso e a decadência de um povo e mais enfrascada se encontra a sua ínfima consciência.
A Lei Divina é impiedosa com os que agridem de qualquer forma a natureza, e inexorável com os que lançam em cárceres privados as aves que habitam os céus.

Jornal A Voz da Cidade – 11/03/2006

Cães em estado de sítio

Independente da raça os cães refletem na vida adulta, seqüelas de falhas ocorridas no decorrer do seu processo de desenvolvimento social e psicológico, que se processa na infância e na adolescência. Num ambiente equilibrado, encontraremos animais equilibrados, mas a recíproca é inevitavelmente verdadeira.
A gênese da agressividade descontrolada, da insegurança, do desequilíbrio emocional e da instabilidade psicológica de alguns animais advém da conturbada interferência humana, consciente ou inconsciente, na formação do seu caráter.
Esses distúrbios emocionais e comportamentais são oriundos de uma interação inadequada e traumática no desenvolvimento de sua psiquê, da clausura estressante e inconcebível, da utilização de algumas raças para fins específicos não recomendáveis e de outros maus tratos e desrespeitos para com os nossos melhores amigos.
Na verdade acidentes com cães sempre existiram, acontece que hoje a mídia transparece o problema, o que não acontecia à bem pouco tempo.
O convívio harmônico dos homens com os cães é diretamente proporcional a evolução humana, só através do despertar da consciência, da educação e do bom senso, o equilíbrio nessa relação acontecerá.
Os cães absorvem e refletem as neuroses adquiridas no seu habitat. A transgressão não passa pelos animais, ela é resultado do desequilibrado convívio da espécie com o homem.
A restrição imposta às raças catalogadas como “ferozes e descontroladas” mostra o estado de pressão psicológica e distúrbios sociológicos que se abateu sobre a sociedade, nos últimos tempos.
É necessário resguardar a população de ataques caninos, mas impor “estado de sitio” ao rottweiller, ao doberman, ao pitbull e ao fila é inconstitucional, preconceituoso e incompreensível.
Dispositivos que regulamentem a relação dos cães com a população são inevitavelmente necessários, passando pela posse responsável, pelo registro animal e pela fiscalização dos criadores e proprietários.
A tentativa de extinção, como acontece com o pitbull, traz na contramão, a criação clandestina descontrolada e o mercado negro com a super valorização da raça.
A Lei 3 205/99 sancionada pelo Governo do Estado tem de ser revista e discutida com todos os segmentos da sociedade para que não ocorram injustiças e para que sua eficácia seja alcançada.

Jornal A voz da Cidade – 20/08/2005

Cães bomba

A idéia de que só Pastores, Rottweilers, Dobermans e outras raças afins são adestráveis não condiz com a realidade. Independente do porte, raça ou sexo todos os cães em maior ou menor grau assimilam bem o aprendizado.
A integração desses animais com o homem vem desde o império romano, ficando mais evidente no início do século XIX quando a nobres ingleses utilizaram Foxhound e Beagles nas caçadas.
Pastores e Dobermans participaram ativamente na Segunda Guerra Mundial tanto nas atividades de guarda, salvamento, correio e pára-quedismo como no front carregando artefatos explosivos como verdadeiros “cães suicidas”. Para esse fim só recebiam alimento embaixo dos tanques de guerra e antes de serem lançados na frente de combate, eram privados de qualquer alimento por dias. Quando soltos, iam diretamente para os tanques inimigos à procura de comida, explodindo-os. Eram verdadeiros “cães bomba”, foram utilizados aproximadamente 40.000 pela então URSS contra a divisão Panzer alemã.
O nome “policial” dado ao Pastor Alemão vem dessa época e grandes escolas militares de adestramento surgiram neste período como a famosa K-9 Unity americana.
Por volta da década de 70, com o avanço da etologia, a forma de adestramento militar foi gradualmente substituída pelo diálogo, dando ênfase ao conhecimento da alma e da linguagem canina. Hoje o adestramento abandonou aquele caráter impositivo, que na verdade formavam animais nervosos, instáveis que atacavam o que viam pela frente e mordiam por medo.
O ensinamento baseado em “conhecimentos etológicos”, onde a inteligência e o respeito fazem parte do aprendizado, formam animais equilibrados que conseguem distinguir uma falsa de uma real ameaça.
Os cães são atualmente utilizados em inúmeras atividades como pastoreio, busca e salvamento, guias de cego, de surdos, operações de resgate, antidrogas, mergulho, correio, como trufeiros e em pet terapia.
Quando bem adestrados, além de serem mais fiéis e obedientes, são bem menos propensos a neuroses, fobias e distúrbios comportamentais.

Jornal A Voz da Cidade – 15/10/2005

Viroses dos cães

Dentre as viroses contagiosas que acometem os cães a cinomose e a parvovirose são, sem dúvida, as de maior incidência e prevalência em nosso meio.
Essas enfermidades, dependendo da severidade com que atacam esses animais, podem levar a um desdobramento letal, já que sistemas importantes do organismo são afetados como o digestivo na parvovirose e o nervoso na cinomose.
O vírus da parvovirose, introduzido no país no final da década de 70, pode causar danos severos à mucosa do intestino, principalmente nos animais novos, ocasionando uma gastroenterite hemorrágica, com vômitos e diarréia sanguinolenta levando o enfermo a um quadro grave de desidratação decorrente da perda de líquidos e eletrólitos. O vírus original da parvovirose vem sofrendo mutações ao longo do tempo e conseqüentemente adaptando-se melhor ao seu hospedeiro. Este microorganismo é resistente à maioria dos desinfetantes domésticos, sendo sensível aos alvejantes à base de cloro como a água sanitária. Dentre as raças caninas, as mais susceptíveis são o Dobermann e o Rottweiler, estes animais são mais propensos a desenvolver um quadro clínico com maior severidade, assim como também os animais com baixa imunidade.
Já o agente da cinomose pode afetar diversas partes do corpo, sendo mais devastador quando se instala no sistema nervoso, onde provoca severas e irreversíveis lesões nas células nervosas. A mortalidade é alta como também as seqüelas advindas das alterações provocadas no tecido nervoso.
A profilaxia através da vacinação e a adoção de medidas sanitárias pertinentes, são indispensáveis no controle destas viroses, o que deve ser feito e programado por um profissional. Evite aplicar vacinas sem a supervisão de um médico veterinário ou com suspeita de falhas na sua conservação. Até o momento de sua utilização tem de estar sob refrigeração entre 2 e 8 ºC, fora desta faixa seu poder imunizante decresce afetando sobremaneira a sua eficácia.
Também é importante salientar que animais desnutridos, parasitados, sob stress e portadores de alguma enfermidade debilitante não devem ser vacinados até que estejam em bom estado de saúde.

Jornal A Voz da Cidade – 04/08/2007

A luz para os animais

Indispensável para a vida das plantas é igualmente importante para os animais. A luz é uma estreita amplitude de energia eletromagnética numa pequena faixa radiante medindo de 3 800 a 7 600 Angstroms, que vai do violeta ao vermelho, passando pelo azul, verde, amarelo e laranja, formando o comprimento de onda visível dentro do espectro energético que é composto também pelos raios cósmicos, raios gama, raios X, ultravioleta, infla – vermelho, ondas de rádio e ondas elétricas. A parte visível do espectro, apesar de não podermos ver a energia propriamente dita, pode estimular dois tipos de receptores dentro do globo ocular. Comprimentos de onda fora desta faixa não estimulam esses receptores da visão mas podem penetrar e estimular outras áreas do corpo animal
Por muito tempo a luz foi considerada necessária apenas para a visão, entretanto na década de 20, Rowan demonstrou que variações sazonais na duração do dia e da noite são responsáveis pelo processo migratório das aves e períodos de acasalamento em algumas espécies animais.
A luz afeta os animais de três maneiras básicas : pela quantidade total de luz disponível, pela proporção de luminosidade e escuridão e pelos aspectos espectrais das variações em comprimentos de onda.
Os relógios biológicos ou ritmos circadianos são acertados pela periodicidade de luz. Esses efeitos incluem temperatura corpórea, contagem de eosinófilos (célula branca do sangue), atividade das glândulas adrenais, quantidade de glicogênio no fígado, níveis de glicose no sangue, atividades do sistema nervoso central e resposta a medicamentos.
A maioria dos animais tem uma necessidade instintiva da luminosidade solar e irá procurá-la quando necessário. Mesmo a energia artificial (lâmpadas fluorescentes, incandescente e de mercúrio) tem se provado aceitáveis para o crescimento e saúde dos cães e gatos.

Jornal A Voz da Cidade – 23/06/2007

Vida de gato

Os gatos atuais (Felis catus) são originários da aproximação do gato selvagem africano (Felis libyca) com o homem, ocorrida há aproximadamente 9000 anos no Mediterrâneo. Essa proximidade deveu-se, provavelmente, à sua eficaz capacidade predatória com relação aos ratos que infestavam os lugarejos daquela época.
É provável que nos países do hemisfério civilizado, a utilização de gatos como animais de companhia aumentem consideravelmente, devido a sua notável adaptação aos espaços reduzidos como os apartamentos e pequenas moradias, comuns nos grandes conglomerados humanos e por melhor tolerar a ausência prolongada de seus donos. Em alguns lugares da Europa e nos Estados Unidos a população de gatos domésticos aproxima-se e até supera a de cães.
Muitos pesquisadores defendem a tese de que a domesticação desses animais, que teve inicio a cerca de 5000 anos, ainda não se completou e que muitas características desta relação ainda serão evidenciadas
Até o momento existem poucas informações sobre o comportamento destes felinos, a sua dinâmica populacional mostrará, com o tempo, características que fortalecerão o entendimento de sua organização social e comportamental.
Não são incomuns queixas relacionadas à conduta dos gatos, como urinar em local inadequado, contenda com indivíduos da mesma espécie, arranhaduras em móveis, saídas noturnas e caça, muita das vezes predatória, causando impacto na fauna local. A maioria dessas manifestações não representa desvio de conduta ou alterações de comportamento, são processos naturais da vida de relação desses bichanos.
Para que o gato não seja um desconforto doméstico, podem ser adotadas medidas voltadas a desviar estes comportamentos incômodos para locais e situações desejadas, como por exemplo a inclusão de um pequeno tronco de madeira no quintal para aliviar a pressão sobre os móveis. A castração pode minimizar as brigas de caráter sexuais e evitar ninhadas indesejadas.
Deve-se dar atenção devida à fase de socialização que se estende até o segundo mês de vida do filhote. O comportamento predatório pode ser evitado não permitindo o contato do gatinho com suas possíveis presas, principalmente neste período.
O gato é um animal interessante, amigo, sagaz, limpo, sensível e dotado de percepções que transcendem a nossa dimensão. Entendê-lo e amá-lo também faz parte da evolução humana.

Jornal A Voz da Cidade – 21/07/2007

Desfazendo as mordaças

Por iniciativa na nova mesa diretora compostas pelos vereadores Loló, Silvia Christina e Henrique Freitas foi instituído a câmara itinerante com o intuito de dar transparência as suas atividades e envolver a população nos trabalhos desenvolvidos por aquela casa de Leis.
Desde a primeira seção itinerante realizada no mês de março em Japuíba, passando pela Ribeira, Papucaia, São José da Boa Morte, Agro-Brasil, Faraó, Boca do Mato até a última realizada no dia 12 último na Castália, o interesse popular pelos trabalhos legislativos vem crescendo, com participação de grande número de moradores das localidades por onde passa.
Se por um lado o aumento da participação popular nas seções gera desconfortos e incômodos naqueles comprometidos com interesses ocultos e pouco afinados com a causa pública, por outro lado fica evidente que a salutar proximidade dos cidadãos com as atividades legislativas põe a mostra quais membros daquele importante Poder estão realmente correspondendo as expectativas que lhe foram confiadas através do sufrágio das urnas.
Nem a Câmara nem os eleitores serão os mesmos depois desta iniciativa e indubitavelmente haverá reflexos no próximo pleito municipal, os que visaram interesses nos quais a população foi alijada fatalmente sucumbirão e serão varridos pelo tornado da moralidade e atropelados pelo inevitável tisuname do desenvolvimento.
Um Legislativo atuante, fiscalizador e voltado aos interesses populares forçam o Executivo a ações direcionadas ao bem comum e ao desenvolvimento, já um Legislativo subjugado e amordaçado pelo Executivo é vítima de chacota, cai na descrença popular e em nada contribui para o município deixar para traz o anacronismo que o acompanha.
O despertar da consciência política é a base para a integração do município nos trilhos do crescimento e atitudes como a adotada pela nova mesa diretora levando seus trabalhos ao conhecimento das comunidades em muito contribuirá para o tão esperado desenvolvimento político do paraíso das águas cristalinas.

Jornal A Voz da Cidade – 16/06/2007

A escura areia branca

A problemática envolvendo o lixo é o grande desafio para o país em sua caminhada rumo ao desenvolvimento. Não são os lixões a céu aberto e o destino inadequado do lixo hospitalar os únicos responsáveis por agravos à saúde pública e contaminação ambiental. Vias públicas, margens de rios, terrenos baldios, o sacrificado Macacu e locais não contemplados com a coleta também são afetados.
A destinação dos vários tipos de lixos não é por si só a solução final, a educação e conscientização sanitária têm um papel importantíssimo em um programa de saneamento ambiental, pois além de cultivar condutas civilizadas formam uma população fiscalizadora e consciente dos seus direitos.
Muito se fala sobre a periculosidade do lixo hospitalar, pela sua relação com enfermidades infecto-contagiosas, mas em termos de saúde pública sua abrangência é restrita aos que mais próximo dele se encontram, e representam menos de 1% de todo os dejetos despejado nos lixões.
Sob uma outra ótica veremos que o lixo químico oriundo dos defensivos agrícolas dos dejetos industriais e o lixo doméstico causam mais agravos de uma maneira geral à saúde pública e ao meio ambiente.
O cuidado com o lixo é dever do estado e é um direito de todos. Cuidando melhor do ambiente as gerações futuras terão mais saúde e uma melhor qualidade de vida.
Há décadas o lixo gerado no município é despejado em locais impróprios, provocando agravos à saúde e ao meio ambiente. Entram e saem governos e o assunto sequer é levado em consideração. Queremos portais, praças de esportes e bons carnavais - desde que com sambas .Também queremos um meio ambiente saudável, sem desequilíbrios e sem riscos de proliferação de vetores e enfermidades veiculadas pelo lixo.
O aumento quantitativo do lixo é diretamente proporcional ao aumento populacional, isto é, quanto mais gente, mais consumo e conseqüentemente mais dejetos sendo despejados no meio ambiente.
Com a perspectiva de crescimento populacional a reboque da instalação do complexo petroquímico na região, o problema tenderá a se agravar. É hora do Paraíso das Águas Cristalinas cuidar da saúde da sua comunidade e preservar as suas riquezas naturais.

Jornal A Voz da Cidade – 17/03/2007

Os pólvoras atacam

Estes incômodos insetos emergem de locais úmidos, bananeiras, pedras, pedaços de paus, rios, cachoeiras, gramados e matéria orgânica em decomposição. Em quase todo o município é grande a sua densidade, decorrente da alta umidade e calor, característica de nossa região em determinada época do ano. De hábito diurno estes dípteros Culicóides da família Ceratopagonidae exercem a hematofagia não com intuito alimentar - pois seu cardápio é constituído basicamente de extratos vegetais - mas para maturar os seus ovos. Seus predadores naturais provavelmente são os anfíbios e as aves.
Também conhecido como mosquito pólvora, atacam principalmente no crepúsculo e sua picada é bastante dolorosa devido a uma proteína encontrada em sua saliva. São chamados de pólvora porque a dor que provoca no local se assemelha a um fósforo acesso em contato com a pele.
Por serem muito pequenos passam despercebidos e voam pouco não se distanciando muito do seu criadouro.
Além do incômodo doloroso podem transmitir algumas enfermidades durante o repasto sanguíneo. No Norte do país é responsável por epidemias pelo vírus Oropouche que provoca dores no corpo, estado febril e fotofobia. Em locais endêmicos pode veicular a Filariose e são responsáveis pela transmissão do blue tang nos bovinos e ovinos.
Seu controle é bastante difícil principalmente em áreas abertas. Para se proteger de seu ataque não é utilize coletes ou carros blindados, coloque telas finas nas portas e janelas, vista calças e camisas de manga comprida, pulverize inseticidas no horário de maior atividade, instale mosquiteiros e aplique repelentes nos braços e pernas. Uma receita caseira para aliviar a coceira e minimizar a vermelhidão provocada pelo pólvora é aplicar no local uma pasta espessa de maizena com vinagre.

Jornal A Voz da Cidade – 14/04/2007

Da sanquessuga à gilete

No passado só uma minoria tinha o privilégio de ostentar longos cabelos, exibir densas barbas e pentear exuberantes bigodes.
Tocar os pelos e cabelos de uma pessoa, naqueles tempos, era passível de punição severa, era uma afronta ao íntimo e um atentado a honra. Só os nobres cavalheiros podiam usar pelos e cabelos longos; a plebe tinha de mantê-los bem aparados, pela lâmina de quartzo afiado ou pelo fio brilhante da faca, que por muito tempo fizeram parte do instrumental dos barbeiros.
O corte de cabelo foi introduzido no mundo greco-romano há mais de 23 séculos por Alexandre Magno, sob a alegação de que atrapalhava o guerreiro em combate; mas dizem que no fundo ele queria mesmo era se parecer com Apolo.
Além de cortarem o cabelo e apararem a barba, os barbeiros-cirurgiões como eram chamados, lancetavam abscessos, extraiam dentes, realizavam suturas e sangravam seus fregueses com a conivência das sanguessugas e suas assustadoras ventosas. Com a anestesia ainda não conhecida, toda barbearia dispunha de um poste no qual a vítima, ou melhor, o paciente se atracava com unhas e dentes para suportar a dor da intervenção.
Só no século XIX o ofício de médico e de cirurgião foi desvinculado da profissão de barbeiro, alguns remanescentes ainda atuariam como dentistas até algum tempo atrás.
As atividades relacionadas ao embelezamento cresceram muito nos últimos tempos. Barbeiros, cabeleireiros, esteticistas, manicures, tatuadores e depiladores são encontrados em todos os lugares, suprindo as necessidades estéticas da população e alimentando o famigerado eu narcisístico do ego humano.
A grande maioria dos procedimentos realizados nesta área oferece riscos à saúde, tanto para o profissional como para os seus clientes. Piolhos, sarnas, tétano, hepatites B e C, AIDS, reações alérgicas e micoses compõe o arsenal de agravos à saúde se, procedimentos assépticos e normas higiênico-sanitárias não forem observadas nesses estabelecimentos. Estas atividades devem ser supervisionas e fiscalizadas pela vigilância sanitária em obediência ao código sanitário.

Jornal A Voz da Cidade – 20/10/2007

Zoopsiquismo

Alguns animais são dotados de elevado grau de percepção extra-sensorial, o que na maioria humana encontra-se enfrascada, e segundo a linha esotérica na dependência de conhecimentos e técnicas para o seu despertar. Conseguem ler nossos pensamentos, ou melhor, sentem o contexto emocional oriundo desses pensamentos, seja de falsidade, de ódio, de afeto, de tristeza, de alegria, de amor, etc.
Cães e gatos possuem um evidente grau de telepatia, exercem sua linguagem através de poderes sensitivos e perceptivos apuradíssimos. De nada adianta agrados e palavras suaves com o intuito de persuadi-los, eles conseguem ver o que há por de traz da nossa máscara humana. Devemos estar atentos a qualquer pessoa que seja encarada com desconfiança por um animal, dificilmente estarão equivocados em seu julgamento.
Nos felinos a clarividência, a clariaudiência e a claripercepção são bem pronunciadas, não é incomum observarmos estes animais arrepiados olhando para algo aparentemente invisível.
É de conhecimento mundial o caso do gato que atravessou montanhas, cidades e florestas à procura dos donos que se mudaram para um outro extremo do continente norte-americano.
Apesar de raro, há evidencias de “suicídio” entre os animais. Em cães, por ocasião do falecimento do seu dono, nas baleias que se atiram nas areias da costa atlântica, em insetos que impelidos por um irresistível fototropismo perecem torrados nas lâmpadas incandescentes. Não está bem claro se neles existe o “desejo” desta depressão reativa, já que não pensam na morte diretamente e nem poderiam se matar com seus próprios meios. Mesmo não tendo uma idéia exata da morte, talvez consigam através de um estado transcendental vislumbrar o “deixar de viver”.
Muitos conhecimentos relacionados à “psique animal” foram apagados pela última Inquisição no papado de Gregório IX, com a aniquilação dos que detinham importantes conhecimentos, como os feiticeiros, bruxas e videntes. Na Grécia Antiga, importantes filósofos viviam à margem da sociedade e muito do que sabiam a respeito do zoopsiquismo, não chegou até nós. Só agora a poeira que encobre as filosofias pré-cristãs está sendo espanada e os conhecimentos dos “hereges e profanadores” estão voltando à luz do conhecimento.

Jornal A Voz da Cidade – 15/12/2007

Peixe morre é pela boca

É extremamente angustiante estar sentado num bar, num restaurante, num trailer ou numa barraca no varnaval bebendo uma gelada, comendo um angu à baiana, degustando uma refeição ou um colesterólico sanduíche e de cara encontrarmos uma repugnante Bratella germânica (barata francesinha) ou uma asquerosa Periplaneta americana (barata voadora) passeando com toda sua volúpia carnavalesca ao redor, feliz em saber que pode até sobreviver a uma explosão atômica e farta com o lixo e restos alimentares disponíveis. Outra hipótese é a de sermos servidos em pratos ou talheres sujos, em copos descartáveis reutilizados ou por um atendente com as mãos duvidosas que manipularam nojentas notas de um real antes de trazer nosso alimento.
Muitas enfermidades e intoxicações, de letalidade e morbidade consideráveis são contraídas pela ingestão de sólidos ou líquidos alimentares contaminados por microorganismos patogênicos ou suas toxinas.
Staphylococcus aureus, Clostridium botulinun, Escherichia coli, Salmonelas, Leptospiras e Shigella são alguns destes agentes responsáveis pela contaminação alimentar que podem ser carreados por insetos, roedores, utensílios mal lavados ou pelo pessoal envolvido.
É necessária atenção permanente no que estamos ingerindo, sempre observar as condições sanitárias do estabelecimento, o prazo de validade de bebidas e alimentos, utilizar copos descartáveis e canudinhos e exigir dos órgãos responsáveis permanente fiscalização voltada às condições sanitárias do ambiente, dos utensílios, dos produtos utilizados e dos que manipulam alimentos.
A todos um bom carnaval e não se esqueçam de estarem atentos ao que bebem e ao que comem, lembre-se do colóquio popular: Peixe morre é pela boca.

Jornal A Voz da Cidade – 25/02/2006

Cães inteligentes

Evidências de traços de argúcia nos cães são observados por muitos que se dedicam ao estudo do mundo canino e pelos que de uma maneira ou outra, mantém um estreito vínculo com esta espécie animal.
Atitudes e comportamentos, que mostram inteligência, discernimento e emotividade na espécie, têm sido descritos por muitos etólogos e pelos que estudam a psicologia animal. Com o avanço das pesquisas, o âmago psíquico dos cães vem sendo vasculhado e muito ainda tem para ser desvendado.
Não é por acaso que os caninos, dentre outras espécies, é a que mais vínculos possuem com os humanos, compartilhando de várias maneiras do seu mundo, no campo das relações, da psicologia e quem sabe até espiritualidade.
Existem cães neuróticos, felizes, deprimidos, alegres, etc. e acredito que, sentimentos tidos como exclusivos do homem como ódio, ciúme, inveja, raiva, desejo e amor também fazem parte da psique dos canídeos.
A capacidade intelectiva do Borden collie, tido como o “Einstein canino”, seguido do Poodle, Pastor alemão, Golden retrivier e Dobermann são inegáveis. São considerados por Stalen Coren, como sendo as raças mais inteligentes da espécie. É evidente que é uma regra variável, existem muitos “vira-latas” inteligentíssimos.
Segundo o pesquisador o Labrador ocupa a 7ª posição, Rottweiler a 9ª, o Pastor belga a 15ª, o Cocker spaniel a 20ª, o Yorkshire terrier a 27ª, o Dálmata a 39ª, o Husk siberiano a 45ª, o Boxer e o Dog alemão a 48ª, o Old inglish sheep dog a 63ª, o São Bernardo a 65ª e o Afgan a 79ª nas 133 raças analisadas. Mais de duzentos juízes de prova do AKC participaram desta pesquisa, fundamentada na inteligência funcional das raças, na facilidade com que aprendem comandos, absorvem adestramento e executam trabalhos.
Talvez com o entendimento que teremos no futuro sobre a alma canina, a compreensão e o respeito a esta tão importante espécie serão praticados e os erros e barbáries, até então cometidos, serão reparados.
Foi preciso quase levar as baleias ao extermínio para que entendêssemos a sua importância na vida do planeta. A “orca” foi chamada de assassina porque matava para sobreviver como ainda fazemos com porcos, bois, cabritos, galinhas, coelhos, etc. Este cetáceo é hoje, como o cão e o golfinho, utilizado com sucesso na terapia de distúrbios psíquicos humanos.
Os cães ainda padecem muito em decorrência da irracionalidade humana. São descartados, maltratados e abandonados quando não convém em um determinado momento; ou porque deixaram de ser o filhote engraçadinho, ou porque não era o brinquedo que o filho queria, ou porque ficaram doentes, ou porque a raça saiu de moda, e vai por aí a fora.
Mísera espécie humana de enfrascada consciência, ainda busca vidas em outros planetas. Será que é para desrespeitá-las também?

Jornal A Voz da Cidade – 06/10/2007

A sina da perua

Caindo aos pedaços, os ônibus do transporte coletivo Expresso Macacu, que atendem a Castália e Boca do Mato mais parece os mata-sapos do século passado. Feios, sujos, degringolados e mal calçados, contrastam com a linda paisagem e as bonitas residências daquelas localidades.
Essas dantescas estruturas de latão, nem no Piauí são mais encontradas, talvez alguns espécimes possam ser ainda vistos nas periferias de Bangladesh ou quem sabe da Etiópia ou Madagascar.
Além do estado lastimável, essas horripilantes geringonças são extremamente preguiçosas, estão sempre descumprindo o seu horário de trabalho, deixando na mão, ou melhor, a pé os seus fiéis e desamparados usuários.
Para não ser totalmente crítico tem algo em seu âmago que realmente funciona, e até em demasia: as ofuscantes fluorescentes do seu insalubre salão, que fazem com que pareça, à noite, uma branca e reluzente árvore de natal ambulante.
Indigentes veículos choram a cada subida, lágrimas de óleo e pedem clemência aos seus verdugos - que teimam em não lhe darem o merecido descanso, sugando dia após dia as derradeiras gotas do seu oleoso suor-.
Esperar que os atuais governantes façam alguma coisa com relação a Expresso Macacu é utopia; a bola ficará com o próximo mandatário municipal, que receberá de presente no dia da sua posse três peruas velhas, depenadas e ansiosas por descansarem em uma mesa de qualquer ferro velho da redondeza. Aí finalmente estarão em paz, livres dos que as exploram e longe dos que as amaldiçoam.
Como disse a colunista Carla Lessa em um de seus artigos: O transporte municipal há muito tem sido prestado de maneira inadequada e se afirma com uma série de violações que ignora além da eficiência, a segurança e a essencialidade que cercam diretamente a necessidade do consumidor.

Jornal A Voz da Cidade – 01/09/2007

Vacina contra dengue

Segundo especialistas, só em 2012 a vacina contra a dengue estará disponível para a população e protegerá contra os quatros tipos de vírus responsáveis pela doença. Dos sorotipos existentes o “den 3” é o mais virulento. O governo do estado de São Paulo e o Governo Federal em parceria com a Fundação PATH, de Bill Gates desenvolvem um programa para a fabricação do produto, pelo Instituto Butantã. A partir do próximo ano serão utilizadas em forma de teste em seres humanos. Protótipos do produto foram inoculados em macacos e apresentaram 100 % de eficácia.
Até lá a população estará vulnerável a surtos de conseqüências imprevisíveis, até porque a tática adotada pelos órgãos envolvidos nos programas de combate tem se mostrado ineficientes ou insuficientes durante estes 20 anos de combate.
A incidência da doença aumentou muito entre 2006 e 2007. Morreram, segundo o Ministério da Saúde, 121 pessoas de complicações provocadas pela virose e quase 500 mil foram infectados através da picada da fêmea do Aedes aegypti somente no período de janeiro a setembro deste ano, no País. Foram notificados casos de dengue em plena estiagem e o que pensar com a proximidade da estação chuvosa quando a proliferação do mosquito é intensa?!
Em alguns casos, os vírus produzem substancias que agridem a parede dos vasos
do indivíduo infectado com conseqüente extravasamento de líquidos que, aliados a uma expressiva queda no número de plaquetas acarretam hemorragia, hipotensão, choque e até morte. É o que caracteriza o dengue hemorrágico.
O advento da vacina, certamente trará benefícios irrelevantes à população, mas o objetivo de erradicar o vetor Aedes aegypti é imprescindível porque, além da dengue, o mosquito pode transmitir a temida febre amarela, endêmica na região Amazônica.
A vigilância doméstica é crucial para vencer esta batalha, até porque a grande maioria dos focos e criadouros do mosquito está no interior das casas e seus arredores. Se cada um participar da guerra contra o Aedes aegypti sua densidade será baixa e menor a possibilidade de ocorrência de surtos.
Mantenha o quintal limpo, a caixa d’água, cisternas e tonéis bem vedados, as calhas de escoamento desentupidas, os pneus protegidos das chuvas, a piscina tratada, a plantinha com terra e as garrafas emborcadas. Evite qualquer condição que acumule água limpa e parada.

Jornal A Voz da Cidade – 17/11/2007

Queijo com ácido sulfúrico

Durante a nossa existência ingerimos diariamente sólidos e líquidos necessários à manutenção do metabolismo e da vida no mundo tridimensional. Proteínas, hidratos de carbono, sais minerais, vitaminas e água compõem estas substâncias que absorvidas pela parede digestiva, nutrem e hidratam sistemas, órgãos, tecidos e abastecem de energia vital a mais recôndita célula do nosso corpo.
Ações fraudulentas envolvendo gêneros alimentícios, como a que ocorreu com a adição de soda cáustica e água oxigenada no leite UHT em Minas Gerais, e outras com agravos diversos, como o consumo de águas coliformizadas por dejetos, o açaí energizado pelo barbeiro e outras injúrias à saúde, põem em xeque um sistema de vigilância em saúde que beira o caos. Do jeito que a coisa anda, correremos o risco de lanchar vitamina de leite cáustico com sanduíche de queijo sulfúrico num quiosque qualquer da esquina.
Poucos municípios conferem aos seus habitantes efetivas ações preventivas de saúde, ligadas à fiscalização sanitária, controle de vetores e fauna sinantrópica. E pouquíssimos chegam a desenvolver programas de controle da população de animais abandonados, sem recorrer ao holocausto canino nas câmaras de extermínio. Infelizmente a grande maioria ignora a medicina preventiva e investe fartos recursos em diagnósticos e tratamentos.
O próximo chefe do Executivo municipal governará num período de franca expansão populacional acompanhada de seus agravos, a reboque da instalação do COMPERJ em Itaboraí. É esperado que insalubridades resultantes dessa expansão apontem para a intensificação das ações voltadas à vigilância, fiscalização sanitária e controle de zoonoses.
E para a necessidade de uma maior atenção com os animais errantes que, em algumas ocasiões, nauseabundos, se arrastam pelas calçadas da cidade, propagando enfermidades e mostrando através de suas chagas, o decadente lado da irracionalidade humana.

Jornal A Voz da Cidade – 17/11/2007

Cuidado com os gatos

A esporotricose ou mal das garras é uma enfermidade transmitida aos humanos pelos gatos. Atualmente ocorre de forma quase epidêmica na cidade do Rio de Janeiro e municípios vizinhos. É também conhecida como a “doença da roseira”, pois o contágio também acontece através de ferimentos provocados pelos espinhos quando do manuseio dessas rosáceas contaminadas pelo fungo Sporotrix schenkii. Nos gatos a doença pode se manifestar de forma grave e fatal, os proprietários desses animais devem ficar atentos a feridas que apesar de tratadas não cicatrizam. No homem a maioria dos casos é benigna, isto é, sem danos relevantes a saúde, restringindo-se à pele, tecido subcutâneo e sistema linfático. Embora esteja ocorrendo um forte envolvimento do gato nesta epidemia a forma clássica da infecção é pelo contato de vegetais e solo contaminados
O gato adquire a doença através do solo rico em matéria orgânica e plantas portadoras do microorganismo, quando utiliza suas garras arranhando os troncos, ou cobrindo seus dejetos e pelas arranhaduras ou mordidas contraídas em contendas com outros animais. O Sporotrix chega ao organismo humano através de soluções de continuidade na pele resultante de arranhadura e mordida provocada por estes felinos.
Outra enfermidade, a toxoplasmose, tem os gatos como hospedeiros definitivos. O contágio se dá através de seus dejetos que pode conter as forma esporulada deste cosmopolita protozoário. A contaminação desses animais se dá através da predação ou ingestão de carcaças animais contaminadas. Naturalmente gatos que se alimentam exclusivamente de rações ou outros produtos industrializados não albergam a toxoplasmose.
Graciosos, inteligentes e independentes os gatos conquistam cada vez espaço no habitat humano, partilhando intimamente do ambiente doméstico e naturalmente tendo uma estreita relação com seus habitantes colocando-os em situação de risco quanto às zoonoses, que são moléstias comuns a homens e animais.
Em benefício da preservação da saúde desta relação é imprescindível que, estes animais sejam permanentemente monitorados, vacinados e os locais por eles freqüentados desinfetados, o que deve ser feito sob orientação do médico veterinário de sua confiança.

Jornal A Voz da Cidade – 01/12/2007

O pesadelo amarelo

Trinta e seis centenas de municípios, incluindo as duas principais capitais brasileiras, Rio e São Paulo, albergam o vetor urbano da febre amarela. Muitos deles com densidade vetorial e dinâmica de dispersão bastante elevadas transformam o país num barril de pólvora pronto a explodir numa epidemia amarela.
A reurbanização da febre - até então restrita ao ambiente silvestre onde algumas espécies de macacos são reservatórios, tendo o mosquito Haemagogus como transmissor - põe em cheque um sistema de saúde pública que retrocedeu ao século XIX.
A grande epidemia em 1849 no Rio de Janeiro transformou a cidade maravilhosa num pandemônio. Naquela época as agências de viagens européias operavam direto para Buenos Aires excluindo o Brasil de suas rotas, privando-nos da exportação de café e do transporte marítimo.
Napoleão Bonaparte amarelou ao tentar colonizar a América do Norte temendo o togavírus tipo B que é o agente etiológico da febre amarela.
Cachoeiras de Macacu entre 1831 e 1835 passou por maus momentos com a “Febre do Macacu”, ocasião em que morreram muitos dos seus habitantes e, sua atividade produtiva foi aniquilada em decorrência do conseqüente êxodo rural.
Erradicar o mosquito transmissor da dengue e febre amarela é imprescindível para reabilitar a desgastada saúde pública brasileira e resguardar seus habitantes dessas duas temíveis viroses. Este processo será impossível a curto e médio prazo em virtude da grande dispersão do mosquito, hoje encontrado de norte a sul do país.
Enquanto medidas sanitárias e epidemiológicas insipientes forem adotadas e inexistir um efetivo envolvimento popular nas decisões e nas ações de combate ao vetor - que deve totalmente ser direcionado à fase aquática do mosquito - o sucesso de qualquer programa voltado à erradicação do mosquito será ineficaz. A adoção de ações efetivas de controle tem necessariamente de passar por todos os segmentos da sociedade, desde os pesquisadores nas universidades, sanitaristas, até as donas de casa com seus ornamentais vasos de plantas.
A insensatez e a falta de compromisso com a causa pública tornam as instituições, incompetentes e destituídas do seu maior propósito que é salvaguardar o bem estar de todos.
Do jeito que a coisa anda a melhor maneira de escapar dessa perigosa ameaça é, cada cidadão, cada morador, cada comunidade desestabilizarem os criadouros do Aedes aegypti através de ações voltadas a impedir a exposição de água parada que pode acontecer em uma casca de ovo, numa caixa d’água destampada ou numa piscina não tratada.
A grande maioria dos focos e criadouros do mosquito transmissor encontra-se no ambiente doméstico e arredores. Se cada um fizer a sua parte, adotando atitudes que coíbam a sua proliferação, os riscos epidêmicos serão menores.
Lembre-se sempre de:
• Substituir a água dos vasos de plantas por terra e manter seco o prato coletor.
• Utilizar água tratada com cloro (40 gotas de água sanitária a 2,5% para cada litro) para regar plantas.
• Desobstruir as calhas do telhado, para não haver acúmulo de água.
• Não deixar pneus ou recipientes que possam acumular água expostos à chuva.
• Manter sempre tapadas as caixas de água, cisternas, barris e filtros.
• Acondicionar o lixo domiciliar em sacos plásticos fechados ou latões com tampa.
• Tomar a vacina contra a doença antes de viajar a locais que apresentem risco de contaminação

A Voz da Cidade – 12/01/2008

Os cães não são surdos

A audição dos cães é fenomenal, são capazes de ouvir sons de baixa e alta freqüência, inaudíveis aos nossos ouvidos. O que escutamos a cinqüenta, eles ouvem a quatrocentos metros.
Nossos ouvidos percebem numa freqüência de 16 hz a 20 khz já os cães ouvem ondas que variam de 10 hz a 40 khz, possuindo uma maior capacidade de percepção com relação aos agudos e graves.
Conseguem memorizar uma infinidade de tipos de barulhos e numa fração de 0,06 segundos detectam a sua origem, graças a anatomia e a mobilidade da sua concha auditiva, Antes mesmo de cheirar ou ver, seus ouvidos já captaram uma determinada coisa.
Os cães principalmente os urbanos entram em pânico quando nas datas festivas e na euforia dos finais de campeonato ficam sujeitos a um ensurdecedor avêrno de decibéis.
Durante a disputa eleitoral, o caos se instala no tranqüilo mundo dos cães. São quase uma centena de dias de uma variedade sonora alucinante, que vai desde os incessantes berros dos alto-falantes acompanhados de samba e forró às explosões dos fogos de artifícios.
No horário de pico, a salada composta de nomes, números e promessas eleitoreiras forma uns uníssonos enigmáticos, que reverbera nas paredes das edificações do centro comercial deixando os ouvidos caninos e humanos em estado de choque.

Caderno de Entretenimento – Prista - 01/09/2008

Vem chegando o verão

Com praias, sorvetes, banhos de rio, loiras geladas e aquele clima sensual à flor da pele.
Seria mais um gostoso verão tropical, não fossem as balas perdidas e a ameaça daquela draculesca botafoguense, que adora sorver sangue humano, por vezes contaminado com partículas virais da dengue.
Não passaria de uma simples picada, se a fêmea do Aedes aegypti não fosse promíscua, adentrando com sua rígida probóscída nervosa, outras corpos humanos à procura do néctar vermelho, extremamente necessário à maturação dos seus ovos. Aí é que o vírus da dengue deita e rola, se propagando pelas multidões.
Há mais de duas décadas combatendo o mosquito transmissor, os programas adotados têm se mostrado inócuos. Sendo a grande totalidade dos focos artificiais, isto é, criados pelo próprio homem, é imprescindível, para que os objetivos sejam alcançados, um forte envolvimento popular nas ações de combate, senão morbidades e letalidades acontecerão.
Cada um tem o dever de ficar vigilante com relação a qualquer condição que levem a formação de criadouros do mosquito - que vai desde uma tampinha de garrafa ou casca de caramujo africano à uma calha entupida ou uma piscina não tratada.
Em tempo, só a fêmea é hematófaga. Uma única reprodutora pode originar centenas de novos descendentes. É só ter à sua mercê qualquer depósito de água parada, cristalina e de preferência na sombra.
Pelo andar da carruagem, erradicar o Aedes aegypti ainda é uma utopia. Só resta evitar ao máximo a proliferação do mosquito e isso só se consegue com a sua participação.

Jornal Cachoeiras – 14/11/2009

Dos céus aos infernos

Pobres criaturas celestes, deixam o firmamento quando impiedosamente são trancadas nos infernos das claustrofóbicas gaiolas.
A cada manhã a esperança de voar finda diante das grades que as aprisionam e a cada entardecer suas pequenas asas encolhidas confortam seus frágeis corpos no poleiro frio de sua cela.
Em seus cárceres privados ainda gorjeiam um harmonioso lamento de saudade, como se quisessem tocar na enfrascada consciência de seu impiedoso algoz.
É degradante ver o homem, imagem e semelhança do Criador, aprisionar uma das mais formosas obras da Criação e ainda usar o canto triste da prisão para o seu insano deleite.
Além de retirar os pássaros do ambiente, onde é vital na cadeia alimentar e no equilíbrio ecológico, ainda devastam seu ninhos através das queimadas e dos desmatamentos. Essas evolutivas criaturas dos céus são responsáveis pela arborização e muitas espécies foram aniquiladas ou estão em via de extinção.
Os órgãos ligados à preservação ambiental e as escolas de ensino fundamental deveriam desenvolver com mais contumácia atividades de conscientização voltada à preservação da fauna, da flora e da vida dos pássaros. A grande mudança se fará pelo despertar da consciência das gerações futuras.
A Lei da natureza é impiedosa com os que violam de qualquer forma o seu templo, e inexorável com os que lançam em cárceres privados as aves que habitam os céus.

Jornal Cachoeiras – 17/10/2009

O cão está com raiva ...

... de todos que o maltratam, por meio da agressão física, da tortura psicológica, do confinamento perene, do acorrentamento perpétuo, da fome, da negligência ou do abandono; ou de todos.
Cães que vivem em lares desajustados são vítimas em potencial desses agravos; ficam neuróticos, sofrem de depressão e desenvolvem distúrbios comportamentais incômodos e perigosos como automutilação, insegurança e agressividade descontrolada.
É inegável que a estreita proximidade com os humanos rendem-lhes alguns dividendos como, abrigo aconchegante, vacinas de boa qualidade, cuidados médicos, carinho de vez em quando, alimentação farta e passeio ao entardecer, isto é, quando em seus lares são considerados e respeitados.
Em contrapartida, a agressão e os maus tratos os deixam doentes, loucos e infelizes, a tal ponto de muitos não responderem pelos seus atos, ou melhor, pelos seus dentes.
É dever do homem proporcionar vida digna aos animais, até porque é ele quem estabelece o início da relação onde o respeito e o amor são fundamentais; o resto é bom senso.
A propósito, não deixe de vacinar o seu melhor amigo contra a Raiva.
Ela mata; a ambos.

Jornal Cachoeiras – 19/09/2009

Município água

A natureza nos deu em abundância uma das maiores riquezas naturais do planeta. Rios, cachoeiras, cascatas, nascentes, fontes hidrominerais e chuvas enriquecem e embelezam nossas terras, geram vida e carreiam nutrientes através do seu solo fértil. Não é à toa que somos o paraíso das águas cristalinas.
Existe de uma maneira geral uma grande preocupação com a escassez de água potável e suas previsíveis conseqüências. A água do futuro será um bem de disputas entre os povos e guerras acontecerão pela sua aquisição.
A água é parte essencial da vida, basta dizer que compõe quase a totalidade do nosso corpo, dos animais e dos vegetais. É parte diária de nossas vidas, nos banhando, matando nossa sede e irrigando nossa agricultura.
Essas duas moléculas de hidrogênio ligadas a uma de oxigênio é a grande riqueza do nosso município, pena que a subestimamos por ignorância ou por incompetência.
Sob o aspecto ecológico continuamos maculando seu leito através do desmatamento crescente, da contaminação de seus mananciais e do desperdício.
Com relação à saúde pública a água é o principal meio de veiculação de enfermidades que ainda assolam nossas populações, é sabido que a grande maioria dos atendimentos em hospitais e postos de saúde são relacionados a agentes microbiológicos resultantes do consumo de águas impotáveis. A água destinada a consumo obrigatoriamente tem de ser submetida a parâmetros microbiológicos e atender a padrões de potabilidade antes de seu consumo pela população. A contaminação fecal da água ainda é um desafio para a medicina praticada em nosso meio.
Passam prefeitos, vereadores e secretários e a água continua esquecida, fluindo através da grande vala poluída em que se transformou o memorável rio Macacu, que recebe todo dia em suas entranhas os dejetos fétidos dos que o massacram.
Sanear o ambiente, destinar racionalmente o lixo, promover o tratamento e esgotamento sanitário, investir na preservação dos nossos mananciais, tratar a água destinada a consumo e promover a educação sanitária são elementos vitais para a concretização do “paraíso das águas cristalinas”.

Jornal A voz da Cidade – 09/09/2006

A gênese do cão

Dentre todos os animais, os cães provavelmente foram os primeiros a serem domesticados. Tudo começou a cerca de 100.000 anos, quando lobos cinzentos (Canis lupus) em busca de restos de carcaças animais, rondavam os acampamentos pré-históricos. Sua primeira utilização pode ter sido de guarda, denunciando a presença de animais selvagens como os grandes felinos, posteriormente foram utilizados na caça. Supõe-se que nesta época o homem desenvolveu a fala superando o robusto Homo sapiens neandertalensis.
Filhotes dos lobos cinzentos eram capturados e quando adultos os que se tornaram indomesticáveis eram descartados ou impedidos de acasalar. Teve início então a domesticação e a seleção artificial originando as 400 raças caninas conhecidas e os viras latas ou rafeiros (Portugal) resultantes de acasalamentos inter-raciais.
A maior raça canina é o Irish Wolfhound e a menor o mexicano Chihuahua. Os cães pertencem ao reino Animal, filo Cordata, classe Mamália, ordem Carnívora, família Canidae, gênero Canis e espécie Canis familiares.
Os nossos melhores amigos possuem inúmeras utilidades resultantes de sua considerável inteligência, relativa docilidade, excelente olfato, estrutura hierárquica parecida com a dos humanos e boa audição. Atividades de caça, pastoreio, guarda, guias de cegos, terapia alternativa, puxadores de trenó, polícia, resgate, guerra e companhia são exercidas por estes animais em todo mundo.
Esses canídeos tem um olfato bastante aguçado, possuem quarenta vezes mais células olfativas do que os humanos, sendo usados para identificar vazamentos de gás, drogas escondidas, pessoas soterradas, trufas e minas terrestres. Sentem rastros de cheiro de pessoas que passaram por um determinado local há vários dias.
São capazes de ouvir ultra-sons, sua faixa de freqüência sonora vai de 10 a 60 Khz enquanto a nossa vai de 16 a 22 Khz. Detectam o som quatro vezes mais distante do que o homem e em apenas seis centésimos de segundos percebem a origem do som.
Como falou Théo Gygas em O cão em nossa casa : “De todos os animais que conhecemos é o cachorro o que mais se uniu a nós. Sejam príncipes que lhe dão farta comida e leito de plumas, ou mendigos que dormem ao relento e só podem oferecer-lhe uma pequena parte das suas próprias migalhas; idêntica é a sua afeição e dedicação e com igual amor lambe a mão ornada de jóias e os dedos trêmulos, consumidos de doença e fome”.

Jornal A Voz da Cidade – 10/10/2006

A escolha de um filhote

Seu estilo de vida deve ser um dos parâmetros utilizados na escolha de uma determinada raça canina. Se você é praticante de esportes ao ar livre se adaptará bem com o Fox terrier, Pastor alemão, Dachshund, Boxer, Collie, Border ou o Husky. Se for caseiro se adequará melhor com Golden retriever, Pug, Yorkshire ou Shar Pei e para convívio com crianças escolha Poodle, Pirineu, Beagle ou Labrador.
Ter um animal emocionalmente equilibrado e com boa saúde tem início na escolha do filhote. Na ninhada observe aquele filhote brincalhão, alegre e destemido. É importante conhecer os seus ascendentes. Distúrbios como a displasia coxofemoral, oclusões dentárias sarna demodécica, testículos inclusos e alterações de personalidade podem ter uma gênese congênita ou genética.
A infância é a fase mais vulnerável, é onde acontece sua formação psicológica e a constituição de sua personalidade. Quaisquer interferências, benéficas ou maléficas nesta fase, trarão conseqüentemente reflexos futuros. Distúrbios como agressividade descontrolada, taras e fobias, podem ser resultantes de uma formação desequilibrada, oriunda de espancamentos, confinamentos estressantes e outras atrocidades.
Sob o ponto de vista médico algumas medidas tem de ser adotadas em prol de uma boa saúde. O controle de parasitos externos (pulgas, carrapatos, sarnas, moscas) deve ser uma prática constante impedindo que populações desses agentes de enfermidades se estabeleçam no seu habitat.
É importante manter limpo o ambiente para que não ocorra infestação por vermes (taenia, ancylóstoma e toxocara). Algumas enfermidades como a cinomose e parvovirose tem maior prevalência durante o período de crescimento, devido à falta de uma eficaz barreira imunológica, que será adquirida com anticorpos formados a partir da vacinação. É importante um bom programa de imunização instituído pelo médico veterinário de sua confiança.
Outro aspecto relevante é a alimentação; deve ser racional, equilibrada e palatável. Evite a alimentação emocional, nem tudo que é bom para o nosso organismo será bom para o seu mascote.
Ao passear na rua, recolha as fezes de seu animal e contribua para manter a cidade limpa.

Jornal A Voz da Cidade – 23/09/2006

Responsabilidade de todos

Para que a matança inconcebível dos nossos melhores amigos através da holocáustica carrocinha fique no passado, toda sociedade organizada, instituições de proteção, universidades, centros de pesquisa, entidades não governamentais e poder público devem promover uma grande frente na busca de soluções práticas, permanentes e menos desumanas.
É um retrocesso sob a ótica evolutiva o que acontece em nossas cidades com relação ao número de animais abandonados, que aumenta a cada dia, no reboque do crescimento populacional humano. Dormindo sob as marquises, bebendo águas pútridas e obtendo nas ruas, no lixo e dos corações penalizados de alguns, restos, migalhas e um pouco de humanidade. Quando atingem limites populacionais incômodos, lançam-se mãos do método mais fácil e barato; a morte em massa, o extermínio nazístico implacável sem julgamento ou apelação.
A concentração de cães excluídos, moradores das ruas e praças, expõe a insensatez e a irresponsabilidade como é tratado o respeito aos animais e a saúde preventiva no país. A verossímil promiscuidade com animais abandonados representa riscos à saúde coletiva pois, doenças graves como a leptospirose, raiva e a leishimaniose visceral são por eles transmitidas.
A reemergência de enfermidades tropicais cresce a cada ano, decorrentes da enorme pobreza migratória, do precário saneamento básico das áreas peri-urbanas e da agressão ao ambiente e ao ecossistema.
A leishimaniose é uma dessas enfermidades em plena expansão, que através de mosquitos utilizam os cães e outros canídeos como reservatório e fontes de disseminação. Por que não intensificar o ataque ao Lutzomia (mosquito transmissor da doença) ao invés de massacrar os cães soropositivos? Por que não proteger os cães com produtos repelentes ou imunizantes ao invés de massacra-los?
Infecções humanas por Leishimania chagasi vem ocorrendo na região sul e sudeste e põe em alerta os setores de saúde pública frente a possibilidade dela se tornar endêmica, e os defensores dos animais pela possibilidade de intensificação da utilização da carrocinha com suas saídas macabras.
Ocorrem avanços tecnológicos e científicos neste início de século , inclusive em relação à saúde com alternativas diagnósticas e terapêuticas, no entanto paradoxalmente ainda continuamos atrelados a práticas passadas onde a medicina preventiva bem menos onerosa e mais eficaz é subjugada pelos interesses, pelas caras internações hospitalares e pela lucrativa atividade farmacêutica.

Jornal A Voz da Cidade – 11/11/2006

Animal vacinado, família protegida

Através de uma atitude simples, econômica e bastante sensata, enfermidades que afetam de forma grave e letal cães e gatos, podem ser evitadas. A temida cinomose é a que mais acomete os cães em nossa região, quando não mortal deixa seqüelas consideráveis. As leptospiroses adquiridas através da urina de ratos, também de mortalidade elevada, configuram as principais zoonoses urbanas (doenças comuns a homens e animais em nosso meio). A parvovirose, que provoca severa hemorragia intestinal é responsável por óbitos, principalmente em cães jovens. Outras viroses como a hepatite contagiosa, a parainfluenza, a coronavirose, a traqueobronquite infecciosa e a raiva podem ser evitadas através da vacinação.
Os gatos devem ser imunizados contra a rinotraqueite, clamidiose, panleucopenia, calicivirose e raiva. Os felinos são freqüentemente atacados por doenças respiratórias que quando não fatais causam-lhe debilidade e baixa imunidade, tornando-os pré-dispostos a infecções provocadas por fungos e bactérias.
Na obtenção de uma proteção satisfatória é fundamental que as vacinas sejam aplicadas em animais que respondam bem aos antígenos injetados. Ao receber a dose imunizante os cães ou gatos devem estar livres de parasitos tanto internos (vermes) quanto externos (pulgas e carrapatos), estar em boas condições físicas, sem stress, bem alimentados e livres de enfermidades infecciosas ou debilitantes.
Os filhotes através da amamentação recebem anticorpos maternos que o protegerão por um curto período, por isso a necessidade de, a partir dos 45º dia de vida ser aplicada a primeira dose da vacina polivalente que deve ser reforçada a cada 30 dias, pois os anticorpos adquiridos da mãe bloqueiam os antígenos encontrados na vacina; estes anticorpos não conseguem diferenciar o vírus da enfermidade com o vírus atenuado da vacina. A terceira dose ministrada próximo ao quarto mês de idade é a que promoverá uma cobertura vacinal satisfatória pelo período de um ano, quando novo reforço deverá ser aplicado, repetido anualmente durante toda a vida do animal.
O sucesso de uma boa proteção induzida pela vacina depende do produto utilizado e da supervisão de um profissional médico. A utilização de vacinas compradas em lojas é desaconselhável e deve ser evitada. Clínicas e consultórios veterinários dispõem de excelentes produtos que são geralmente importados e mantidos com o devido cuidado para a sua conservação.

Jornal a Voz da Cidade – 23/02/2008

As criaturas dos céus

Coleiros, papa-capins, sabiás e tantos outros passeriformes capturados em nossos vales, planícies e montanhas, perdem os céus quando impiedosamente são engaiolados nos avernos tristes, claustrofóbicos e desumanos das pequenas celas de arame e madeira.
A cada alvorada a esperança de voar se desfaz nas grades dos cubículos que os aprisionam e a cada crepúsculo suas asas encolhidas confortam seus pequeninos corpos no frio canto dos poleiros de suas gaiolas. Ainda gorjeiam um lindo canto de lamento, saudade e tristeza como se quisessem despertar a enfrascada consciência do seu algoz.
É incompreensível ver a “imagem e semelhança do Criador” aprisionar uma das mais perfeitas e formosas obras da Criação. Ainda usam a triste entoada da para o seu nefasto deleite e desfilam com seus indefesos prisioneiros pelas ruas da cidade. São incapazes de distinguir a doce melodia de um canto, da lamúria de um triste lamento.
O homem sempre foi o mais temível e cruel predador, o mais inconseqüente e abominável devastador; é só olhar para a biodiversidade ferida, para a Mata Atlântica dizimada, para a floresta amazônica que agoniza e para a própria decadência da humanidade.
Além de arrancar essas pequenas criaturas do seu meio, onde são partes importantes na cadeia alimentar e no equilíbrio vital, ainda destroem seu habitat através das queimadas e dos desmatamentos. Os pássaros são responsáveis pela vida da floresta, e inúmeras espécies foram extintas, como o tietê-de-coroa, e outras estão na rota da extinção, como o sabiá-pimenta, o bicudo, e o chanchão.
Já que é quase impossível coibir estes instintos antinaturais, os órgãos ligados à preservação e a defesa do meio ambiente deveriam implementar nas escolas, atividades de conscientização voltadas à preservação da fauna e da flora. Talvez ainda haja tempo de despertar a consciência ecológica nas futuras gerações.
O desrespeito ao meio ambiente é diretamente proporcional ao anacronismo e a decadência de uma civilização. A Lei do Firmamento é implacável com os que agridem de qualquer forma a natureza, e inexorável com os que lançam em ergástulo permanente os seres que habitam os céus.

Jornal A Voz da Cidade – 08/03/2008

Como adquirir um cãozinho

O cão , o gato e o homem são mamíferos tardios, nascem imaturos ficando na dependência materna durante algum tempo.
Um desenvolvimento emocional estável e uma consciente integração social são quesitos básicos para um convívio harmonioso e seguro do seu cão numa relação onde crianças, adultos e outras espécies animais estarão presentes.
O segredo para se alcançar esta estabilidade, está no curto período de socialização, que tem início em torno da quarta semana de vida, quando o filhote vivencia uma transformação abrupta, emergindo da letárgica e até traumática – dependendo da gestação e da psique da cadela - dependência materna e adentrando no mundo das descobertas e do aprendizado.
Durante esta fase o cãozinho estabelece os contatos sociais com o homem e outros animais, experiências deletérias neste parco espaço de tempo desenvolverão desequilíbrio comportamental e outras seqüelas que fatalmente aflorarão na sua vida adulta.
Cães que não tem contato com seres humanos até o quarto mês de vida, mostram-se arredios e inabordáveis com as pessoas. Se essa falta de contato for com outros animais é bastante provável que a insociabilidade com seus congêneres e indivíduos de outras espécies aconteça.
Ao adquirir um filhote, a idade é um fator bastante relevante quando se deseja criar um animal sem transtornos de conduta. O melhor período para a sua aquisição é após o desmame - entre a sexta e a décima semana de idade – quando o aprendizado com a mãe e irmãos já se consumou. O bebê-cão a partir daí atravessará um trecho crítico da fase de socialização onde os acontecimentos deixam marcas psicológicas que influenciarão sobremaneira na edificação do seu caráter. Este curto período se estende até o terceiro mês de idade.
Filhotes que nesta fase recebem uma educação consciente, racional e não passam por episódios traumatizantes geralmente serão mais amistosos, se adequarão melhor ao convívio doméstico e serão mais facilmente adestráveis.
Durante a socialização algumas medidas devem ser adotadas com o intuito de adequar o animal ao convívio com aqueles que vão cuidar da sua saúde, como os médicos e enfermeiros e com os procedimentos relacionados à atividade veterinária.
Neste período o contato freqüente com o profissional e as práticas adotadas nas clínicas e consultórios tem de ser apresentadas ao filhote, para que a relação paciente-médico seja prazerosa, sem traumas e assentada no respeito e na confiança.

Jornal a Voz da Cidade – 09/12/2006

Na contramão da evolução

Por razões humanitárias e de saúde pública os animais que perambulam pela maioria das cidades do Estado deveriam ter uma atenção maior por parte do poder público e de toda sociedade.
Passam governos e nada acontece com relação à problemática dos animais errantes, que jogados nas ruas pleiteiam com os ratos e os excluídos, restos de alimentos que despencam das bocas humanas em seu frenesi faminto nos restaurantes, praças, bares e quiosques das cidades.
É triste ver a imagem e semelhança do criador sacrificando uma de suas mais bonitas criações. Refiro-me aos que governam e aos que são governados, todos somos responsáveis. Aos domingos imbuídos de sentimentos angelicais sentamos nos bancos das igrejas buscando os céus e ao mesmo tempo não olhamos os animais abandonados nos infernos da fome, do frio e das intempéries.
O desenvolvimento social é diretamente proporcional ao amor e ao respeito à vida animal, aqueles que desconhecem tal premissa, serão acoimados pela própria consciência da vida, à decadência e à involução e em conseqüência ao orco que Dante Alighieri descreveu.
Não dá mais para esperar só dos governos atitudes e ações que remetam definitivamente para a história essa página triste da relação humana com os animais. A ínfima parte consciente da sociedade que consegue perceber a extensão do problema deve se organizar, buscando condutas e ações, que aliadas ao poder público, promovam saídas humanas e resolutas para a solução do problema. Ações isoladas, apesar de bem intencionadas, são ineficazes, só saciam a fome momentânea de poucos animais famélicos e enrobustecem alguns egos cinófilos.
A presença de cães doentes e famintos nas áreas urbanas desarmoniza com as pretensões de desenvolvimento do potencial turístico das cidades, além de ser uma questão de saúde pública. Sabemos que a leptospirose, a raiva e a leishimaniose, entre outras zoonoses, pode ser transmitida por estes animais.
A instalação do complexo petroquímico trará significativo aumento da densidade humana na região e em conseqüência a de animais errantes, aumentando drasticamente a vergonhosa exclusão imposta aos nossos melhores amigos.
Que o espírito de Natal ilumine os corações humanos e os sinos toquem para a felicidade da vida animal.

Jornal a Voz da Cidade – 23/12/2006

Erradicação, o grande desafio

Só existe uma maneira de não estarmos vulneráveis a surtos e epidemias provocadas pelo vírus do dengue, é exterminar totalmente o mosquito Aedes aegypti, também vetor da febre amarela urbana .
Enquanto medidas sanitárias e epidemiológicas insipientes forem adotadas e inexistir um efetivo envolvimento popular nas decisões e nas ações de combate ao vetor- que deve totalmente ser direcionado a fase aquática do mosquito -o sucesso de qualquer programa voltado à erradicação do mosquito será ineficaz . A adoção de ações efetivas de controle tem necessariamente de passar por todos os segmentos da sociedade desde os pesquisadores nas universidades até as donas de casa com seus ornamentais vasos de plantas.
Os serviços de saúde são incapazes de eliminar totalmente os focos e desestabilizar os criadouros. Desde a epidemia de 86 pelo sorotipo I com quase 100.000 casos notificados no estado, toneladas de inseticida são dispersos no ambiente e larvicidas dissolvidos nas cisternas e caixas d’água e os surtos e epidemias de dengue continuam, com o passar do tempo cada vez mais virulento e vitimando com gravidade maior os mais sensíveis., um exemplo é o aparecimento de casos de dengue visceral no vizinho Paraguai.
Na primeira epidemia que grassou no nosso município em 1986, atuando na vigilância sanitária com apoio do então prefeito Rui Coelho Gomes e do secretário de saúde Dr. Carlos Alberto Trindade, realizamos um programa que foi desenvolvido com decisões locais e com envolvimento de todos que dele participaram, tendo da extinta SUCAM apenas o apoio material. Formamos através de uma avaliação oral e escrita, a primeira equipe municipal de mata mosquitos, os gloriosos camisas verdes agentes de saneamento, que utilizando um caminhão com uma boca de ferro, sacos, picaretas e imbuídos de um consciente espírito sanitário varreram as áreas urbanas do município, reduzindo substancialmente a densidade do mosquito e consequentemente o atendimento hospitalar naquela epidemia de 1986.
Não é causando impacto ambiental e afetando outras espécies animais com o uso de inseticidas, que ficaremos livres desse perigoso inimigo, mas formando um grande exército, consciente da necessidade urgente e inadiável de erradicar o Aedes aegypti, antes que no futuro uma devastadora epidemia não só pelo vírus da dengue mas também pelo da febre amarela urbana aconteça.

Jornal a Voz da Cidade – 31/03/2007

Homenagem ao meio ambiente

Sem muita coisa para comemorar, transcorreu na terça-feira última o dia dedicado ao meio ambiente. Nos 348 mil hectares, existentes no estado, as irregularidades e agressões são práticas rotineiras.
As 29 Unidades de Conservação (UCs) - o Parque Estadual dos Três Picos, localizado em solo cachoeirense é uma delas – funcionam com falta de condições de trabalho frente a grande demanda de agressões, comuns em suas áreas de abrangência e a verba, destinada a essas unidades, sequer atendem as suas necessidades básicas de funcionamento.
A destinação de recursos para o setor é imprescindível para o fortalecimento das atividades educacionais, de fiscalização e de recuperação ambiental. O Instituto Estadual de Floresta (IEF) dispõe no orçamento de 2007 menos de 635 mil reais como recursos próprios do Governo do Estado, para executar suas atividades em suas Unidades de Conservação.
A parceria do IEF com outros órgãos e empresas como a Petrobras tem grande importância no fortalecimento de suas atividades, embora essas relações tem de ser bem analisadas. Sabemos que a Petrobras é uma das empresas que mais agridem o meio ambiente no estado.
A instalação do Complexo Petroquímico na região, o maior projeto individual da história da Petrobrás, certamente terá significativa emissão atmosférica de poluentes e uma forte demanda populacional a serviço do complexo, que inevitavelmente causará impactos de diversos graus a região. Fatalmente o progresso trás a reboque o aumento dos transtornos sociais e intensificação da degradação ambiental.
Forte investimento oriundo dos Governos, da Petrobrás e de outras empresas parceiras tem de ser direcionado à proteção do meio ambiente para que o pouco que resta da devastada Mata Atlântica não seja aniquilado, justificando um progresso.

Jornal a Voz da Cidade – 09/06/2007

O Éden das matas verdejantes

Localizado em uma das mais exuberantes áreas verdes do país o Parque Estadual dos Três Picos abrange os municípios de Teresópolis, Nova Friburgo, Guapimirim, Silva Jardim e Cachoeiras de Macacu onde se encontra 66 % de suas belezas..
Em sua Unidade de Conservação localizada em Boca do Mato um grupo de idealistas voltados à consciência ambiental se dedica de corpo e alma na preservação da mata e sua fauna nativa, apesar das inúmeras dificuldades que encontram pelo caminho que vai desde a insuficiência de pessoal para cobrir tamanha área até as dificuldades advindas da distorcida formação sócio-cultural dos moradores das cercanias do parque.
O desmatamento, a extração de palmito, a caça de animais e o aprisionamento de pássaros são práticas crônicas que minam a cada ano a vida do nosso paraíso verde.
A preservação da mata não passa só pela fiscalização e combate a degradação de sua flora e fauna provocadas pelos lenhadores, pelos palmiticidas, pelos caçadores impiedosos e pelos carcereiros de pássaros, mas também, pelo despertar da enfrascada consciência ambiental das populações que moram na região e dos que visitam o parque, que afetam o meio ambiente com suas inconseqüentes atitudes e seus abomináveis lixos.
A consciência ecológica das gerações futuras, se bem trabalhadas, será a saída para a vida da mata e de seus habitantes. A atitude da Unidade de Conservação localizada no município, envolvendo a comunidade e a rede escolar em suas atividades, inexoravelmente é o “start” para a preservação da vida na mata, das nascentes e formação de uma nova consciência ambiental.
A maior área remanescente da Mata Atlântica está localizada no Rio de Janeiro, nos outros estados, pouca coisa sobrou das garras devastadoras de suas populações.
A instalação do complexo petroquímico certamente provocará algum impacto na biodiversidade da região. O que se espera é que o bom senso prevaleça e que eficazes medidas preservacionistas sejam implantadas para que o sofrimento ambiental seja mínimo e que o Paraíso das Águas Cristalinas continue sendo o Éden das Matas Verdejantes.

Jornal a Voz da Cidade – 12/05/2007

Balaio de gatos

Amados por uns e odiados por outros os gatos são animais fenomenais, ágeis, misteriosos, surpreendentes, independentes e bastante inteligentes. Dos mamíferos são tidos como os maiores predadores pela forma, sagacidade e diversidade de vítimas que abatem.
Os primeiros mamíferos – os Creodontes – habitaram a Terra há aproximadamente 50 milhões de anos, após o fim do período jurássico. O Miacis é o ancestral dos felinos, ursos, cães e outros canídeos e uma das suas ramificações deu origem ao primeiro gato – o prociluris – e como conseqüência o Felis lunensis pai dos atuais gatos selvagens. Do grupo dos Pseudaelurus surgiram os ancestrais do atual gato doméstico que pertence à família Felidae. O nome gato vem de “quttah”, palavra de etimologia árabe.
Os gatos são animais bastante excêntricos, alguns adultos e nunca os filhotes da primeira infância, apreciam o “catnip”, uma erva que possui uma substância oleosa denominada hepetalactone, que lhes proporciona um estado de semiêxtase e euforia. A gatária ou erva-do-gato como também é conhecida, está para o gato assim como a maconha está para o homem. Este óleo entra na confecção de muitos produtos e brinquedos destinados a esses felinos, também é utilizado no reumatismo e como repelente de insetos.
Possuem o hábito de afiar as unhas em sofás, árvores e outros objetos. É uma forma de manterem suas garras em dia, trocar as antigas e delimitarem seu território. Seus olhos brilham no escuro, isto acontece porque por de traz de sua retina existe uma camada de células refletoras – o tapetum lucidum - que reflete a luz recebida através da retina sendo vista em suas midriáticas pupilas, acentuando sua visão noturna.
Um gato nunca ronrona para outro gato, só o faz para o homem. Na maioria das vezes quando está feliz ou relaxado, com o intuito de lhe chamar a atenção.
Existem várias teorias para explicar o ronronar. Desde falsas cordas vocais até aumento de fluxo sanguíneo que provoca um ruído turbulento ressonando no seu diafragma.
Não transmitem asma como muitos pensam. No ato freqüente de lamber deixam na sua pelagem junto com a saliva uma proteína que se aspirada desencadeia crises nos portadores de asma. Banhos regulares diminuem a concentração desta substância nos pêlos, tornando-os menos incômodos aos alérgicos. Crianças que convivem com os gatos desde a tenra infância adquirem uma certa imunidade a este alérgeno.
“A noite todos os gatos são pardos. Levar gato por lebre e fazer de gato sapato, berrando como gata no cio provoca um balaio de gatos. Se não tem cão cace com gato, e quando o gato sair e os ratos fizerem a festa não é porque não se agüenta o gato pelo rabo”.

Jornal a Voz da Cidade – 25/11/2006

O animal tem espírito?

Os espíritos podem ser visíveis ou tangíveis aos animais? A metapsíquica relata alguns fatos que nos conduzem a profundas reflexões sobre o assunto. Devemos estar atentos para o fato de que a evolução na escala animal pode ocorrer através do processo reencarnacionista ou de recorrência.
Para que os animais percebam a presença de espíritos ou personalidades não desfeitas devem possuir um periespírito e consequentemente uma alma.
Segundo Stern “a inteligência é a capacidade de adaptação a situações novas mediante o emprego de meios ideativos”. Inúmeros relatos têm colocado em evidência situações além das até então concebidas ou imaginadas.
Um renomado cirurgião encontrou um cão com uma pata dilacerada e penalizado levou-o pra sua casa e através de procedimentos cirúrgicos o recuperou. Quase um ano depois o mesmo cão pedindo socorro bate a sua porta levando um outro animal com uma pata fraturada em decorrência de um acidente.
Outro caso aconteceu com um tropeiro que numa estrada se deparou com dois ratos carregando uma palinha, um ao lado do outro. Munido de um porrete desferiu um forte golpe nos roedores, um dos ratos conseguiu evadir-se e o outro ficou parado atônito. O tropeiro então percebeu que ele era cego e o fugitivo lhe servia de guia.
Os antigos egípcios acreditavam na paranormalidade dos felinos e em sua capacidade de ver os espíritos. Na morte de um nobre ou um faraó, um gato era sacrificado e enterrado junto com o falecido para que o conduzisse mais rápido ao mundo dos mortos. Os bruxos utilizam gatos para alertá-los da presença de agregados psíquicos.
Não é incomum depararmos com um gato olhando para um determinado local em que nada vemos, mais provavelmente eles vêem. Os cães têm dificuldades de visualização mas percebem algo e começam a latir.
Os gatos possuem a facilidade paranormal de hiperestesia indireta, o que faz com que pessoas muito próximas a estes felinos, consigam conversar telepaticamente com seus bichanos.
Estranho o caso ocorrido há dias em Tréverey – França, em que uma gata percorreu mais de 800 km e reencontrou seu dono, treze meses depois. É muito curioso que a gata tenha viajado tanto até um local onde nunca havia estado antes - disse a médica veterinária Marie-Pierre François, especialista em medicina e cirurgia de felinos.
Os que não aceitam a existência de animais no mundo espiritual argumentam que, por não possuírem livre arbítrio, serem incapazes de fazer uma análise de seus erros e acertos, não sofrendo penas nem gozos pela inexistência de consciência, sendo devolvidos imediatamente a terceira dimensão (mundo físico) até, num dado momento do processo evolutivo, fazer parte do mundo humano.

Jornal a Voz da Cidade – 28/04/2007

A terra está doente

Uma enfermidade é endêmica quando é restrita a uma determinada área, caso da malária e da febre amarela na Amazônia; é epidêmica quando atinge um maior número de vítimas, como ocorreu com a dengue em décadas passadas e pandêmica se a disseminação ultrapassa fronteiras, exemplos da gripe espanhola no século passado e peste negra na Idade Média.
Agentes infecciosos estão migrando dos seus nichos para outras áreas, decorrente da ocupação predatória das florestas e conseqüente alteração no equilíbrio entre suas espécies, potencializando a emergência e reemergência de agentes de enfermidades.
A febre maculosa dos carrapatos, a dengue, malária e febre amarela dos mosquitos, a antavirose dos ratos, o kalazar do cão, a doença de Chagas do barbeiro e a influenza das aves estão em franca expansão, atingindo locais até então inócuos. Doenças consideradas extintas, como a esporotricose transmitida pela arranhadura e mordida de gatos domésticos, vem crescendo no meio urbano.
O incontrolável crescimento demográfico, a ocupação desordenada do solo e o desmatamento crônico vêm alterando de maneira galopante a biosfera, expondo homens e animais a organismos até então sem importância do ponto de vista médico, facilitando sua disseminação e adaptação ao meio urbano. A perda da biodiversidade é dentre os problemas ambientais a maior ameaça à saúde do planeta e a sobrevivência da humanidade.
A natureza se defende através de ataques climáticos e biológicos, tentando evitar que sua parte humana aniquile a biosfera, extinga outras espécies e caminhe para a autodestruição.
A letal epidemia que hoje grassa em nosso país não é provocada por vírus, bactérias ou micro-parasitos, mas pela corrupção crônica, pela inconcebível exclusão social e pela impiedosa concentração de rendas; gêneses da pobreza, da fome, das enfermidades, do caos institucional e da grave e contemporânea doença social e suas mazelas.

Jornal a Voz da Cidade – 30/07/2006

domingo, 13 de dezembro de 2009

A maior das epidemias

Uma enfermidade é endêmica quando é restrita a uma determinada área, caso da malária e da febre amarela na Amazônia; é epidêmica quando atinge um maior número de vítimas, como ocorreu com a dengue em décadas passadas e pandêmica se a disseminação ultrapassa fronteiras, exemplos da gripe espanhola no século passado e peste negra na Idade Média.
Agentes infecciosos estão migrando dos seus nichos para outras áreas, decorrente da ocupação predatória das florestas e conseqüente alteração no equilíbrio entre suas espécies, potencializando a emergência e reemergência de agentes de enfermidades.
A febre maculosa dos carrapatos, a dengue, malária e febre amarela dos mosquitos, a antavirose dos ratos, o kalazar do cão, a doença de Chagas do barbeiro e a influenza das aves estão em franca expansão, atingindo locais até então inócuos. Doenças consideradas extintas, como a esporotricose transmitida pela arranhadura e mordida de gatos domésticos, vem crescendo no meio urbano.
O incontrolável crescimento demográfico, a ocupação desordenada do solo e o desmatamento crônico vêm alterando de maneira galopante a biosfera, expondo homens e animais a organismos até então sem importância do ponto de vista médico, facilitando sua disseminação e adaptação ao meio urbano. A perda da biodiversidade é dentre os problemas ambientais a maior ameaça à saúde do planeta e a sobrevivência da humanidade.
A natureza se defende através de ataques climáticos e biológicos, tentando evitar que sua parte humana aniquile a biosfera, extinga outras espécies e caminhe para a autodestruição.
A letal epidemia que hoje grassa em nosso país não é provocada por vírus, bactérias ou micro-parasitos, mas pela corrupção crônica, pela inconcebível exclusão social e pela impiedosa concentração de rendas; gêneses da pobreza, da fome, das enfermidades, do caos institucional e da grave e contemporânea doença social e suas mazelas.

Jornal a Voz da Cidade – 30/07/2006

O lamento do Macacu

No paraíso das águas cristalinas, límpidas e puras nascentes abrolham no exuberante verde da Mata Atlântica, num misto de encanto e cristalinidade.
Emerge o rio Macacu, serpenteando por vales, montanhas e planícies, até junto de seus irmãos Ganguri, Boa Vista e Guapiaçu repousar sereno na Baia de Guanabara.
Poço Verde, Dona Ninha, Sassuí e Dr Castro; em suas pedras e areias, musas e cavalheiros ostentavam seus trajes de ocasião e em suas claras e esverdeadas águas, ricas alegorias de papel se desmanchavam, colorindo de azul, vermelho e amarelo sua superfície, no inolvidável “banho a fantasia”.
Atualmente ignorado e impiedosamente assolado, chora um triste lamento que ressoa nas cinzentas entranhas de seu lodoso leito.
Pobre rio, meio sem jeito ainda sorri para os seus algozes, que fazem do seu corpo um érebo de esgoto, lixo e de putrefatos dejetos.
Esquecido e desamparado pelos que em sã consciência deveriam protegê-lo resiste sem perder a esperança de que num futuro próximo o despertar da enfrascada consciência dos seus verdugos, faça-o sorrir novamente.
Cachoeiras de Macacu tenha compaixão desse bem precioso que a cada dia se perde nas sinuosidades da sua inconsciência.
O rio só precisa ser amado e respeitado, para generosamente proporcionar vida, lazer e desenvolvimento.

Jornal a Voz da Cidade – 27/05/2006

Eternos adolescentes

Os cuidados com os filhotes começam pela futura mamãe com administração prévia de vermífugo, vacinas e equilibrada alimentação, para que os futuros filhotes nasçam sadios, sem vermes e protegidos das enfermidades infecciosas comuns nesta fase. Através dos anticorpos maternos contidos no colostro, adquirem imunidade passiva até serem protegidos através da vacinação que tem início a partir do 45° dia de vida.
Até os trinta dias após o nascimento, a alimentação do “bebê cão” é exclusivamente de leite materno, sendo substituído gradativamente por alimentos sólidos. No comércio são encontradas inúmeras marcas indicadas para a fase de crescimento do animal, é prudente ministrar uma ração balanceada e de boa qualidade, haja vista que as necessidades protéicas, calóricas e vitamínico-minerais neste período são maiores e específicas.
Filhotes devem ser alimentados inicialmente quatro vezes ao dia. Não é aconselhado deixar o alimento exposto por muito tempo, devido à possibilidade de contaminação por microorganismos, responsáveis por severos distúrbios digestivos nos gulosos filhotes ou servir de tira-gosto, para os para o deleite dos ratos vizinhos.
A água deve ser oferecida o tempo todo e o bebedouro tem de ser lavado e esfregado, pelo menos uma vez por semana. Os ovos do mosquito da dengue “Aedes aegypti” se fixam nas paredes do vasilhame permanecendo viáveis por até um ano, mesmo quando dessecados, na ausência de água.
Dependendo do ambiente onde vivem, os cãezinhos estarão sujeitos em menor ou maior grau a infestações por vermes intestinais, pulgas e carrapatos, responsáveis por transtornos de gravidade variável à sua saúde. Alguns desses vermes parasitam o homem, principalmente as crianças. O controle permanente desses parasitas é imprescindível e requer orientação do médico veterinário.
Aos quatro meses de idade já devem ter tomado todas as vacinas necessárias, o que deve ser feito por um profissional. As importadas ainda são as mais usadas nas clínicas e as mais procuradas por sua qualidade e confiabilidade.
E pra finalizar é importante estar atento ao período de socialização, que ocorre na primeira infância. Uma fase de socialização traumática é a gênese de alterações comportamentais na vida adulta, como agressividade descontrolada, depressão, taras e fobias.
Um filhote bem cuidado, amado e respeitado será um adulto seguro e feliz.

Jornal A Voz da Cidade – 15/04/2006

O bebê cão

Os cuidados com os filhotes começam pela futura mamãe com administração prévia de vermífugo, vacinas e equilibrada alimentação, para que os futuros filhotes nasçam sadios, sem vermes e protegidos das enfermidades infecciosas comuns nesta fase. Através dos anticorpos maternos contidos no colostro, adquirem imunidade passiva até serem protegidos através da vacinação que tem início a partir do 45° dia de vida.
Até os trinta dias após o nascimento, a alimentação do “bebê cão” é exclusivamente de leite materno, sendo substituído gradativamente por alimentos sólidos. No comércio são encontradas inúmeras marcas indicadas para a fase de crescimento do animal, é prudente ministrar uma ração balanceada e de boa qualidade, haja vista que as necessidades protéicas, calóricas e vitamínico-minerais neste período são maiores e específicas.
Filhotes devem ser alimentados inicialmente quatro vezes ao dia. Não é aconselhado deixar o alimento exposto por muito tempo, devido à possibilidade de contaminação por microorganismos, responsáveis por severos distúrbios digestivos nos gulosos filhotes ou servir de tira-gosto, para os para o deleite dos ratos vizinhos.
A água deve ser oferecida o tempo todo e o bebedouro tem de ser lavado e esfregado, pelo menos uma vez por semana. Os ovos do mosquito da dengue “Aedes aegypti” se fixam nas paredes do vasilhame permanecendo viáveis por até um ano, mesmo quando dessecados, na ausência de água.
Dependendo do ambiente onde vivem, os cãezinhos estarão sujeitos em menor ou maior grau a infestações por vermes intestinais, pulgas e carrapatos, responsáveis por transtornos de gravidade variável à sua saúde. Alguns desses vermes parasitam o homem, principalmente as crianças. O controle permanente desses parasitas é imprescindível e requer orientação do médico veterinário.
Aos quatro meses de idade já devem ter tomado todas as vacinas necessárias, o que deve ser feito por um profissional. As importadas ainda são as mais usadas nas clínicas e as mais procuradas por sua qualidade e confiabilidade.
E pra finalizar é importante estar atento ao período de socialização, que ocorre na primeira infância. Uma fase de socialização traumática é a gênese de alterações comportamentais na vida adulta, como agressividade descontrolada, depressão, taras e fobias.
Um filhote bem cuidado, amado e respeitado será um adulto seguro e feliz.

Jornal A Voz da Cidade – 15/04/2006