domingo, 21 de fevereiro de 2010

O velho candeeiro

(Jornal Cachoeiras em 20/02/2010)

Se não bastasse a crônica escuridão política e moral na qual estamos submersos, voltamos ao velho tempo do candeeiro, fruto do descaso e da indiferença da concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica, que todo mês dá um iluminado choque em nossos bolsos nos vendendo caro este serviço tão essencial.
O apagão, que acontece quase que diariamente, afeta a todos; deixa revoltadas as noveleiras de carteirinha, os fanáticos torcedores de futebol, os globalizados internautas, além dos que tem seus aparelhos eletrodomésticos danificados. Também deixam em pânico os escotofóbicos, nas trevas o comércio com o escurecimento dos seus lucros e todos os que amplamente dependem dos volts e das amperagens geradas, principalmente quando o sol de põe.
“Iluminados” ficam os seres da noite, os sorrateiros noturnos, os gatunos de ocasião, os eletrofóbicos, além dos que se deleitam com a energia transcendental se entregando poeticamente às luzes dos astros e estrelas, sem falar dos caçadores de óvnis, dos pesquisadores de pirilampos, dos seres das trevas e de outras coisas mais...
Com toda energia popular neles concentradas, nossos representantes eleitos pelos volts, ou melhor, pelos votos, deveriam emergir da escuridão e com as suas espadas ígneas iluminar essa penumbra para que os candeeiros permaneçam somente como ornamentos de nossas salas de estar.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Osso com angu

(Publicado no Jornal Cachoeiras em 13/02/2010)

Antes do advento da ração o bofe com fubá era a alimentação da grande maioria de cães e gatos. Nos finais de semana às vezes rolava sobra de churrasco e um osso de pernil sem o pernil, naturalmente.
O pulmão ou bofe é um tecido esponjoso, bem pobre em proteínas. No angu mais parece pedaços de esponja boiando numa amarela e pálida papa onde só rola carboidratos.
Essa de que cachorro adora osso é historia pra boi dormir, se lhe oferecêssemos a carne e ficássemos com o osso, ele adoraria a idéia.
Mas nem todos caíam no angu, só a maioria excluída; os mais sortudos degustavam carne magra, galinha sem aquele perigoso osso farpado, frutas não cítricas, arroz, pão integral dormido, fígado temperado e macarrão com semolina, e nos finais de semana picanha na chapa com arroz.
Atualmente existe uma gama de alimentos industrializados, ricos em proteínas de alta qualidade, vitaminas, aminoácidos, minerais quelados e fatores antioxidantes. E tantos outros com fibras indigestas, quase nenhuma vitamina e proteína de origem duvidosa, sem falar nos conservantes, pigmentantes, aglutinantes, acidulantes e estabilizantes.
Uma boa nutrição é base para uma vida saudável e a escolha de uma alimentação balanceada e rica em nutrientes é vital para o desenvolvimento físico e mental do seu animal.
Processos alérgicos, distúrbios digestivos e outras doenças vinculadas à alimentação podem ter relação com a má qualidade de algumas rações. Há relatos de entrarem na sua composição bico, unha, cabeça, pescoço e patas de galinha, ossos, unhas, fetos abortados, cabelos e outras proteínas de baixa qualidade. Sem contar com o milho, a soja e o trigo, fontes de proteínas indigestíveis para os cães e gatos e causa de problemas renais.
A propósito tenha um bom carnaval e atenção com o que come na rua. Peixe morre é pela boca.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

O cão quase perfeito

(Publicado no Jornal Cachoeiras em 06/02/2010)

A fama de cão nazista fez com que perdesse a identidade e fosse rebatizado com o nome “pastor alsaciano”. Só em 1930 o Kennel Club permitiu novamente o nome pastor alemão. A animosidade no pós-guerra fez com que o pastor fosse evitado pelos países aliados, quando França e Inglaterra fecharam-lhe o acesso às suas fronteiras.
Na primeira grande guerra foi “cão alarme” e mensageiro, na segunda seu trabalho foi bem mais aturado, explodir minas e atacar o inimigo no “front”.
Os atuais pastores alemães descendem da intersecção de cães de pastoreio das Saxônias, da Germânia Meridional e de outras províncias. Por milhares de anos os alemães aprimoraram seus cães e, de prole em prole, chegaram ao primeiro da raça apresentado em 1882 por Max Von Stephanitz numa feira de eventos em Hannover.
É tido como o melhor cão adestrável e segundo “A inteligência dos Cães” de Stanley, o 3º mais atilado das quase oitenta raças estudadas.
Por sua bravura, lealdade e caráter incorruptível, se tornou o mais popular e admirado cão em todo mundo.
Congrega várias aptidões além do pastoreio: busca e salvamento, guarda companhia, guia de cego, guerra, polícia, além de um excelente farejador graças ao olfato extremamente aguçado.
Cinza, preto, amarelo e manto negro (capa preta), são as cores mais encontradas; o branco não é permitido pelos padrões da raça.
Dentre os pastores alemães famosos destacam-se Rin-tin-tin, companheiro fiel do Cabo Rusty; Lobo, do Vigilante Rodoviário; Jerry Lee do filme K-9; a inseparável Blondi que Hitler envenenou antes de se matar e Brenda Von Kinder do dedicado Boné.
As melhores características e aptidões da espécie canina estão concentradas neste versátil animal.

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