quinta-feira, 3 de maio de 2012
A moral amoral
Desrespeitar outras obras da criação é parte do grande declínio pelo qual trilha a humanidade. Se o homem é cruel com a própria espécie, o que esperar com relação aos animais. Seu robustecido ego agrega uma legião de defeitos e dentre eles os relacionados à selvageria com nossos irmãos menores, que em determinadas situações beiram à raia da torpeza.
Ocupamos mais de um nível trófico na cadeia alimentar, somos onívoros e também o maior predador. Que diga o boi, o carneiro, a ave, o porco e até o sofrido jegue, que depois de uma vida de labuta se aposenta como carne seca. O frango passa por um bom pedaço até virar galeto, sem falar do ganso ininterruptamente entupido de comida até seu fígado gorduroso ser arrancado e virar patê para satisfação de nosso refinado paladar. A indústria da carne é crudelíssima e, como consumidor, contribuímos com o sofrimento e a matança.
Sufoco também passam as cobaias de laboratório, imoladas em prol de nossa saúde e da indústria de cosméticos na qual, gatos, ratos e coelhos são mortos em nome da futilidade. Na caçada imoral no Pantanal onças pintadas beiram a extinção, também os animais arrancados da mata pelo tráfico de animais silvestres.
Por estarem próximos, os maus tratos aos animais domésticos são mais visíveis. Segundo o “Humane Society International” (HSI), a grande maioria dos animais de famílias com violência doméstica, são maltratados, violentados ou mortos em seus lares.
Na agroindústria, animais são sistematicamente torturados por anos até o abate, suas lágrimas são revertidas em lucros e é no ocidente onde a crueldade é maior.
A imoralidade é humana, os animais não transgridem a moral, causam dor e sofrimento dentro de uma lei natural, pela sobrevivência ou perpetuação da espécie. Sabem que impor sofrimento aos mais fracos, além de amoral, é uma covardia.
“A assunção de que animais não possuem direitos e a ilusão de que nosso tratamento para com eles não possui significância moral, é um ultrajante exemplo da brutalidade e barbárie do ocidente. Compaixão universal é a única garantia de moralidade”. Arthur Schopenhauer.
(Jornal Cachoeiras 05 05 2012)
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