sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Bactérias. A batalha quase perdida

Jornal Cachoeiras 30 10 2010

Estamos em desvantagem na luta travada contra os microorganismos, as bactérias tomaram à dianteira causando temor na humanidade. Desde advento da penicilina pelo escocês Alexander Fleming a batalha contra esses seres primitivos é alternada com avanços e recuos em ambas as frentes. Existem bactérias que despistam os antibióticos mudando sua conformação, o produto penetra em seu organismo, mas não encontram o seu alvo e há as que produzem enzimas que detonam com o medicamento administrado.
As bactérias resistentes normalmente aparecem em locais onde circulam mais os antibióticos como os hospitais, pondo em riscos os mais debilitados. O que assusta é seu aparecimento fora deste ambiente.
Na década de 80 algumas cepas resistentes surgiram na Alemanha; produzindo uma única enzima que vencia vários antibióticos ao mesmo tempo. A parte do DNA que comandava esta produção se duplicava e, o mais preocupante, era transmitido para outros tipos de bactérias. Nos anos noventa estes microorganismos resistentes se espalharam pelo mundo e hoje estão presentes inclusive em nossos hospitais.
Alguns acreditam que a era da antibioticoterapia está com os dias contados e novas drogas hão de ser compendiadas para que essa batalha, ainda não definida, continue. O Stafilococos já deixou pra traz quase duas centenas delas e hoje reina nos hospitais com os Enterococos, Pneumococos e as gram negativas Pseudomonas, Escherichia, Enterobacter e a super Klebsiella pneomoniae carbapenemase (KPC).
A utilização de antibacterianos tem de ser revista e normatizada pra que a guerra contra os microorganismos siga em equilíbrio. O uso não regulado destes produtos tem contribuído para o aparecimento de cepas bacterianas mais mortíferas.
O ingresso de antibióticos no nosso organismo, além da cominação racional, vem de várias maneiras: automedicação, prescrição inoportuna e ingestão de frangos, carne e outros produtos impregnados desses agentes. Estes animais recebem 30 vezes mais antibióticos do que os humanos.
Na verdade abusamos da parafernália farmacológica e menosprezamos o poderoso exército invisível que é encontrado nos mais recônditos lugares do planeta.

sábado, 23 de outubro de 2010

Escolhendo um filhote

Jornal Cachoeiras 23 10 2010

O estilo de vida tem de ser levado em conta na escolha de um filhote. Se você tem uma vida livre voltada a prática de esportes se adaptará melhor com o Fox terrier, Dinamarques, Dachshund, Boxer, Collie, Border ou Husky. Se sedentário opte pelo Pequinês, Golden retriever, Pug e Yorkshire. Para crianças é melhor o Poodle, Pirineu, Beagle e Labrador e pra sua segurança o Dobernann, Rottweiler, Starfordshire e Pit bull.
Ter um animal emocionalmente equilibrado e esbanjando saúde tem início na escolha do filhote, evite adquirir animais medrosos, tristes, tímidos e acanhados.
É importante conhecer sua ancestralidade. Displasia coxofemoral, oclusões dentárias, sarna demodécica, testículo incluso e personalidade inadequada podem ter uma gênese genética.
Na infância é onde acontece sua formação psicológica e a construção de sua personalidade, qualquer interferência ruinosa neste período ocasionará reflexos indesejáveis no futuro. Agressividade descontrolada, taras, fobias e inadequação ao meio familiar podem ser fruto de uma formação desequilibrada, resultante de violências físicas, confinamentos perpétuos e outros desvios atrozes.
Sob o ponto de vista médico veterinário medidas têm de ser adotadas em prol de uma boa saúde. Pulgas, carrapatos, sarnas, moscas e outros parasitas, por razões obvias, têm de estarem permanentemente sob controle, assim como os vermes intestinais.
Algumas enfermidades como a cinomose e parvovirose têm maior prevalência durante o período de crescimento, onde ainda não há uma eficaz barreira imunológica que é adquirida com anticorpos formados a partir da vacinação. É importante um bom programa de imunização instituído pelo médico veterinário de sua confiança.
Uma alimentação racional, equilibrada, rica em proteínas de boa qualidade, vitaminas, minerais e pobre em fibras é de vital importância para um bom desenvolvimento. Hoje o mercado alimentício animal dispões de boas rações.
Evite a alimentação emocional, nem tudo que é bom para o nosso organismo será bom para o seu animal.

sábado, 16 de outubro de 2010

Cães na terceira idade

Jornal Cachoeiras 16 10 2010

Um “pequinês” com seis anos ainda é relativamente novo, um “fila” a partir desta idade começa a sofrer os efeitos do tempo. As raças menores vivem mais que as maiores.
Com a idade as articulações não são as mesmas e sofrem com as artrites, artroses, hérnias de disco e calcificações. O coração bate cansado e as alterações valvulares já se fazem notar com a tosse e o cansaço. Tumores invadem os órgãos e alguns com características malignas, na fêmea o mais comum é o mamário.
Os rins não filtram como antes e as impurezas e toxinas já não conseguem deixar o corpo através da urina, sobrecarregando e intoxicando o organismo do animal. É a insuficiência renal e a temida uremia.
A placa bacteriana enfraquece a raiz do dente provocando sua queda, além de gerar mau hálito, reduzir o apetite e inflamar as gengivas. A gengivite é uma porta de entrada para bactérias patogênicas infeccionar o organismo, pondo em risco o coração com a temida endocardite bacteriana.
Quando a velhice chega, cuidados com a saúde são imprescindíveis. Prevenir a obesidade, remover os tártaros, praticar exercícios físicos moderados e visitar o veterinário regularmente aumentam a longevidade com melhor qualidade de vida.
Catarata, doença vestibular, insuficiência cardíaca, doença renal crônica, alterações articulares e distúrbios glandulares têm relação com a senilidade.
Nunca esqueça que quanto mais idoso, mais o nosso melhor amigo precisa dos nossos cuidados.

sábado, 2 de outubro de 2010

A água que mata

Jornal Cachoeiras 01 10 2010

A água que mata a sede também mata com suas poluições e contaminações, sem falar das mortandades decorrentes dos desastres hidrometeorológicos. No próximo século será a vez da escassez também matar.
Grande parte dos 0,6 % disponíveis para utilização está inadequada. Do que resta uma boa parcela é impotável e assola com seus agravos grande parte da humanidade, principalmente nos países pobres.
A água sofre contaminação orgânica através dos biodegradáveis oriundos da prática agrícola; da contaminação química pelo clorados orgânicos e metais pesados; e da contaminação biológica pelos microorganismos.
As verminoses, a amebíase, a febre tifóide, as leptospiroses, a hepatite e a cólera ainda matam populações nas nações excluídas. Segundo a OMS a cada vinte segundos uma criança menor de cinco anos morre por enfermidade diarréica. No Brasil são mais de três milhões de famílias sem água tratada, a mercê das conseqüências decorrentes da sua não potabilidade.
Cada um de nós consome 300 mil litros/ano, dos quais a metade é desperdiçada. Só com o banho jogamos fora vinte mil.
China, Índia, África e Oriente médio já sentem o problema da falta d’água. No próximo século as guerras, hoje políticas e pelo domínio do petróleo, serão motivadas pela água.
O desperdício é um grande aliado da futura escassez, junto à poluição e contaminação. Atitudes simples como evitar vazamentos, adotar banho racional, não “varrer” o quintal com água, e não lavar o carro e a calçada com mangueira ajuda na sua preservação.
É obrigação do estado fornecer água adequada para o consumo. Proteger essa substância formada pelos dois gases, hidrogênio e oxigênio, é dever jurídico de cada cidadão.
Para sua segurança só consuma água de procedência confiável e não a deixe parada por aí, o Aedes aegypti está a caminho.