terça-feira, 4 de setembro de 2012

Doenças que assustam

Desde o início do ano quase uma centena de mortes foi registrada, principalmente na região sul do país, devido à gripe A que tem como protagonista o vírus influenza H1N1. Normalmente não é muito patogênico, causando sintomas leves em suas vítimas, mas é bom lembrar que variantes atipicamente severas podem ocorrer em suas mutações, como exemplo a da espanhola que assolou o mundo matando quase 100 milhões de pessoas entre 1918 e 1919. O vírus da gripe tem vários subtipos e atinge os equinos, suínos, aves, focas e o homem. O H1N1 é resultado de fragmentos genéticos desses hospedeiros e é o mais novo vírus originado de animais a afetar o homem. A Febre maculosa veiculada principalmente por carrapatos não é tão letal, a demora no diagnóstico pela sua similaridade inicial com outras enfermidades é que a torna perigosa. A Hantavirose possui alta letalidade, é transmitida por ratos e cresce principalmente na região sul do país. O hantavírus provoca hemorragias e alterações cárdio pulmonares que podem ser fatais. A Leishimaniose inicialmente silvestre é hoje um grande problema de saúde no mundo, tem o cão como reservatório nas cidades e encontra-se em expansão; das doenças parasitárias só perde para a Malária. No início do século foram registrados trinta e um mil casos, é uma zoonose em franca urbanização. A Dengue que apresenta uma forma hemorrágica mortal já faz parte de nosso cotidiano, é transmitida pelo Aedes aegypti, que também veicula a temível febre amarela na Amazônia com casos isolados em alguns estados. O Mal de Chagas inicialmente restrito aos mamíferos silvestres como gambá, tatu e roedores, infectam hoje quase cinco milhões de pessoas no país. Na década de 80 dezenove estados com quase dois mil municípios foram considerados zonas endêmicas dessa zoonose. A crescente urbanização chagásica resulta da migração rural, forçada pelo desequilíbrio social e econômico. O Brasil é o maior celeiro de Arbovirus (vírus transmitidos por artrópodes, como os mosquitos) no mundo, onde cada espécie vegetal ou animal alberga pelo menos um tipo. Das treze dezenas catalogadas até o momento, um pouco mais de três infectam seres humanos. São responsáveis por doenças febris como Dengue clássico, Mucambo, Xingu e as febres hemorrágicas, Dengue 2, Hantavirose e Amarela, além da encefalite Tucunduba. Barragens, monoculturas, garimpos, hidrelétricas e a ocupação desordenada e predatória do solo, das matas e florestas afetam de maneira constante o ciclo natural dos micros agentes patogênicos, retrazendo doenças perigosas para a atualidade.

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