domingo, 20 de julho de 2025

Na Pupila do Instinto O olhar carrega intenções, emoções, instintos — e pode nos tocar, assustar e confundir.O predador olha fixo, intrêmulo, calculado.Não pergunta. Apenas afirma.Lobos, felinos, aves de rapina têm olhos que não piscam, não hesitam. São janelas do instinto em estado bruto.A presa tem um olhar tremeluzente, atento, arregalado. Coelhos, roedores e antílopes tem olhos que escutam, que farejam o perigo. Não têm tempo para contemplar, vivem na beira do susto.Já o gato,p olhar do vigia noturno, como o da coruja e do gato, é profundo, redondo, imóvel e oculto.Não piscam à escuridão, que o absorvem. É o olhar da vigília eterna, da visão que atravessa véus.O olhar da cobra é eterno. Nunca se fecha, nunca repousa, nem se distrai. Observa como quem espera há séculos.Não é um olhar. É uma vigília. Uma presença.O cão nos olha falando.Maleável, expressivo, quase humano.Sabe pedir, saber esperar, sabe amar. Até desconfiar.É um olhar fiel, que nos lê, nos busca, nos escolhe.O gato olha de cima, por dentro, por trás. É o olhar do enigma, da ironia. É o guardião silencioso. Meio fechado, meio desinteressado.Às vezes, nos olha como se soubesse algo que esquecemos.O cavalo carrega nos olhos uma ancestralidade de serviço e beleza.Olhos que relutam em odiar. Existe o olhar de vidro, do peixe, do réptil e do inseto. Olhar eterno, que não se fecha. Não repousa, não se distrai. É uma vigília. Uma presença.São os que olham sem ver. Olhar ausente, sem espelho. Não encontram os nossos.O olhar da memória do elefante é pesado, profundo, do passado. Um animal quase ancestral, ele olha assim, como quem lamenta, como quem pondera, como quem lembra.

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