sábado, 14 de agosto de 2010

O inseto da bananeira

Jornal Cachoeiras 14 08 2010

Este díptero culicóide de hábito diurno sorve nosso sangue não pra se alimentar - pois seu cardápio é constituído basicamente de extratos vegetais - mas para maturar os seus ovos.
O mosquito pólvora ou maruim – que em tupi guarani quer dizer mosca pequena - ataca principalmente no crepúsculo. Há muita coceira e dor local provocada pela presença de uma alergênica proteína na sua saliva, o que pode resultar em distúrbios na pele decorrentes dos microtraumas oriundos da intensa coçadura.
Por ser minúsculo não é muito notado e voa pouco, não se distanciando muito do seu local de eclosão; é mais ativo na estação quente.
Além do incômodo doloroso pode transmitir algumas enfermidades durante o repasto sanguíneo. Em algumas regiões do Norte é responsável por epidemias da “febre de Oropouche” e de outras encefalites viróticas no homem. Em locais endêmicos veicula o verme nematóide Wuchereria agente causador da filariose ou elenfatíase. É também responsável pela transmissão do vírus da língua azul (blue tong) nos animais biungulados.
Prolifera na matéria orgânica das quentes e úmidas matas riachos e brejos; o principal nicho para a sua reprodução é o pseudocaule, folha, engaço e coração da Musaceae (bananeira) em decomposição. Sua densidade é maior nas proximidades das plantações de banana.
Colocar telas finas nas portas e janelas, vestir calças e camisas de manga comprida e utilizar inseticidas com precaução são maneiras de se proteger da investida deste artrópode.
Uma receita caseira para aliviar a prurido e minimizar a vermelhidão na pele é colocar no local uma pasta espessa de maizena com vinagre.
È importante para o seu controle um manejo racional do cultivo da banana. O maruim também se alimenta no apodrecimento da casca do arroz e outros restos de plantações.
Seus predadores naturais provavelmente são os anfíbios e as aves.

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