sábado, 18 de setembro de 2010

Paz, amor e problemas

Jornal Cachoeiras 18 09 2010

“... Mas aos pombais as pombas voltam, e os sonhos aos corações não voltam mais.”
Esta analogia do parnaso Raimundo Correia, faz-me lembrar do dedicado professor Marcos, que lecionava português no Ginásio Anacleto de Queiroz da Cachoeiras dos anos 60.
Uma pomba simboliza a paz, duas o amor e mais, grandes problemas. O pombo foi introduzido no país por volta de 1606 através de navios oriundos do continente europeu, principalmente da costa da Inglaterra e Portugal. Encontraram nas cidades farta alimentação, abrigáveis condições arquitetônicas parecidas com o habitat rochoso de seus ancestrais do Velho Mundo, e a hospitalidade do brasileiro ao exótico.
Anualmente a Columba liva gera seis ninhadas de dois ovos chocados em 18 dias. Seus predadores naturais são as aves de rapina que, em pequeno número nas áreas urbanas, nem chegam a ameaçá-los. Em aeroportos são empregados falcões no seu controle já que é uma ameaça à segurança dos vôos.
Essa ave Columbidae alberga organismos e vetores de enfermidades comuns ao homem, como a histoplasmose, criptococose, toxoplasmose, ornitose, salmonelose e piolhos, que abrigam a bactéria Rickéttsia, responsável pelo “tifo epidérmico” em humanos. Quando os pombos são expulsos, os famintos ácaros hematófagos saem sedentos à procura de sangue humano para o seu repasto.
Os pombos não só transmitem enfermidades, como também causam danos materiais, entupindo ralos, calhas e corroendo metais, madeiras, pedras e superfícies das edificações devido à acidez dos excrementos.
Existem vários métodos de controle, que vão desde a utilização de barreira física, inclinação de superfície de pouso, pombais de reprodução controlada, assustadores auditivos e visuais, uso de repelentes e emprego de anticoncepcional. Obtêm-se melhores resultados com a integração de métodos.
Segundo o Artigo 20, parágrafo XXX da Lei Ambiental 9605/98, os pombos são animais domésticos, matá-los ou causar-lhes danos físicos é passível de pena de reclusão inafiançável de até cinco anos. Daí a importância da inclusão da educação sanitária nas atividades de controle voltada a não alimentá-los, já que a oferta de alimentos é diretamente proporcional ao seu aumento populacional.
Ronaldo Rocha

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