segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A deusa da cerveja

Jornal Cachoeiras 13 10 2010

Onde hoje é o Iraque a alguns milhares de anos viveram os Sumérios, que já domesticavam animais, irrigavam, drenavam a terra e conheciam a escrita cuneiforme, a roda, a astrologia e naturalmente a cerveja.
Na mitologia suméria, Enki - “deus da água doce”, era casado com sua irmã Ninti -“rainha do lago sagrado”. Foi ele quem cochichou no ouvido de Noé de como escapar do dilúvio bíblico e junto de sua mulher Ninti, participou da criação humana dando seus sangues na concepção.
Desta incestuosidade nasceram oito crianças que sarariam os oito ferimentos que enfraquecia Enki. Uma delas, Ninkasi - “deusa da cerveja”, emergiu das águas frescas e resplandecentes para mitigar e saciar os desejos e prazeres da humanidade. É a que farta as bocas e abranda os corações permitindo a dádiva da “gelada” aos mortais.
Fruto da fermentação alcoólica de cereais maltados a cerveja, principalmente a clara, dourada e amarga “larger”, é a bebida mais apreciada no mundo. O aroma e o gosto travento vêm do lúpulo (humulus lúpulus) introduzido nos tempos medievais, sem ele a cerveja seria adocicada por causa do açúcar do cereal utilizado.
O chope chegou ao Brasil com a família real portuguesa, é a cerveja não pasteurizada e servida sob pressão. Bebê-lo era um privilégio da Corte. O colarinho de espuma que se forma são partículas da bebida misturadas com o gás carbônico, funciona como um isolante térmico, mantendo as características organolépticas e o frescor da bebida.
Segundo artigo publicado pelo British Medical o consumo consciente de cerveja diminui consideravelmente a incidência de problemas cardíacos. Na população da Baviera, maior consumidora no mundo, as doenças do coração na são relevantes.
Por aqui o Ministério da Saúde aponta o alcoolismo como a terceira causa de morte no Brasil, só ficando atrás dos males cardíacos e do câncer e é a principal causa de acidentes fatais no transito.
A bebida alcoólica é boa e má, os benefícios e os malefícios têm relação direta com o uso e o abuso, com a moderação e a compulsão.

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