sábado, 4 de dezembro de 2010

DDAH - O cão mala

Jornal Cachoeiras 04 12 2010

Ele não para. Pula em você, suja a sua roupa, destrói a mesa, rasga a poltrona, corre atrás da inalcançável cauda e late o tempo todo, podendo inclusive se auto-infringir, sofrendo mutilações. De certa forma esse comportamento bizarro apazigua o seu tormento interno.
Os cães hiperativos por natureza trabalham suas energias no exercício das suas funções, como acontece com os de pastoreio, caça e os que se ocupam de alguma maneira. Esses animais quando utilizados para companhia vivenciam o ócio das paredes e muros concentrando energia, que em algum momento deflagrará em desordens físicas e emocionais.
A maioria dos cães ansiosos e hiperativos já nasce com este distúrbio, que pode também decorrer de alergia alimentar, distúrbios endócrinos, hormonais ou da energia doméstica desequilibrada que o envolve, canil 24 horas, corrente perpétua e outros tantos maus tratos.
O cão que sofre de “distúrbio de déficit de atenção e hiperatividade” tem necessidade extrema de chamar atenção o tempo todo, é o verdadeiro cão mala. O primeiro passo para abrandar este incomodo é ignorá-lo, principalmente no auge da sua compulsividade, naquele momento em que seu sapato entrou na dança. A interferência, seja de agrado ou reprimenda, satisfaz sua necessidade de atenção e acaba reforçando o comportamento indesejado.
Vítimas deste desequilíbrio alguns animais são alijados do convívio em família, jogados num canil 0800 ou abandonados a própria sorte nas vias e logradouros das cidades, fortalecendo o contingente de cães que perambulam nos aglomerados humanos.
É uma tendência natural quando da escolha de um filhote preferir o mais ativo, o que se sobressai. Sem querer podemos estar adquirindo um hiperativo com DDAH que vivenciará no futuro conflitos na convivência doméstica.
Nas situações graves e refratárias a consulta com um profissional voltado a distúrbios de comportamento animal é imprescindível. Dependendo da causa subjacente procedimentos terapêuticos com florais, aromas e medicamentos amenizam o mal, em seu benefício e dos que com ele convive.

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