sábado, 11 de dezembro de 2010

Voltei. Agora com o Chikungunya

Jornal Cachoeiras 11 12 2010

As ações voltadas ao controle populacional do transmissor da dengue têm sido, anêmicas, insipientes e não conseguem envolver as pessoas nas frentes de combate. Sem este envolvimento estaremos sempre à mercê das entidades mórbidas e letais por ele veiculadas e suas epidemias.
Os casos registrados recentemente do vírus Chikungunya em São Paulo e Rio de Janeiro, contraídos na Índia ou Indonésia, põem o país em novo estado de alerta.
A doença é parecida com a dengue, e de pouca gravidade se comparada a esta; em sua cronicidade ocorrem dores intensas nas articulações das mãos e dos pés, que podem incapacitar e perdurar por até um ano. A circulação deste vírus por aqui é uma questão de tempo.
Na ilha francesa da Reunião a Febre Chikungunya, lá transmitida pelo Aedes albopictus, matou em 2006 setenta e sete pessoas e deixou doente outras 130 mil. A ilha da Reunião fica a leste de Madagascar.
As ações de combate a endemias têm de passar por todos os segmentos da sociedade; dos pesquisadores nas universidades, associações de moradores, escolas, fábricas, indústrias, até as donas de casa. A grande totalidade dos focos do mosquito está em nosso domicílio e arredores. Vasos de plantas, bandeja de geladeira e ar condicionado, caixa d’água, piscina, calhas, marquises, vasos sanitários e outros criadouros artificiais são responsáveis pela grande densidade de mosquitos que assola o país.
Nosso geoclima tropical propicia grande proliferação em curto espaço de tempo, soma-se a este evento a pouca informação, a deseducação coletiva e a tênue interação do poder público com a população.
Uma única fêmea do mosquito pode gerar centenas de novos indivíduos, É só ter à sua disposição água preferencialmente cristalina e na sombra, mesmo que seja numa casca de ovo ou tampinha de refrigerante.
Só a fêmea gosta de sangue. Detecta o calor de nossas veias e vênulas e percebe dióxido de carbono e ácido lático em nossa expiração a uma distância de 40 metros, partindo sedenta em nossa direção.
Pelo andar da carruagem, erradicar o Aedes aegypti, por enquanto, é utopia. Só nos resta manter a densidade populacional do mosquito em níveis seguros, e isso só se consegue com a sua participação. E a de todos.

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