domingo, 6 de novembro de 2011

A febre do papagaio

Jornal Cachoeiras 05 11 11 É uma denominação antiga da cosmopolita clamidiose, enfermidade bacteriana gran negativa que acomete aves e mamíferos terrestres. Inicialmente pensava-se que tinha relação com um vírus e afetava somente os papagaios, daí o nome psitacose. Seu agente etiológico Chlamydophyla psittaci é encontrado em todo mundo. Os psitacídeos - araras, periquitos, papagaios, calopsitas, cacatuas são seus principais reservatórios naturais e foram as primeiras aves implicadas na transmissão direta ao homem. Em outras aves é denominada ornitose, que descreve com mais exatidão esta infecção registrada em mais de uma centena de espécies. Pombos, pavões, perús, gansos e faisões também podem estar envolvidos. É uma doença fortuita e são mais vulneráveis os que lidam diretamente com esses animais em aviários, granjas, abatedouros, indústria de derivados e locais com muitos pássaros. A letalidade tem relação com a virulência do germe e a imunidade do enfermo. Embora raro, a contagio entre humanos pode acontecer. Adquirimos a bactéria através de descargas nasais, saliva, perdigotos, poeira em suspensão das penas, descamação da pele e dejetos de doentes. Os portadores assintomáticos sob stress disseminam a Chlamydophyla no ambiente. A bicada do papagaio e o hábito de dar alimento com a boca são também formas de transmissão. As aves que se recuperam continuam eliminando o microorganismo por suas secreções e excreções de forma contínua ou intermitente por um longo período. O antibiótico utilizado inibe, mas não inativa a bactéria. Há quem preconize a necessidade de tratamento quimioterápico profilático periódico, com intuito de manter a infecção controlada. O melhor é evitar que as aves fiquem com a imunidade baixa com conseqüente queda da resistência. Alimentá-las bem, manter sempre a higiene das gaiolas e locais de criação e evitar grande concentração de animais destinados a engorda são umas das medidas preventivas.

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