sábado, 24 de julho de 2010

Rosa de mau cheiro e areia grossa

(Jornal Cachoeiras 24/07/2010)

Conhecido pelos gregos da antiguidade como a "rosa de mau cheiro", há mais de cinco mil anos é utilizado em virtude das suas propriedades medicinais. Não é a toa que Nero, o incendiário, abusava do seu consumo, chegando até a interromper o consumo de outro alimento. As culturas egípcia, indiana, grega e romana já sabiam que essa raiz arrestava qualidades na prevenção e cura das doenças.
O alho (Allium sativum) possui entre outras inúmeras propriedades medicinais, atividade antimicrobiana, antiparasitária e antiviral. Nas feridas e na pele inflamada inibe a agregação plaquetária e ativa a fibrinólise facilitando o processo de cicatrização. São parte de sua composição as fructosanas, alliin (um derivado do aminoácido cisteína, responsável pelo seu odor característico), vitaminas, adenosina, e sais minerais. Pesquisadores descobriram que o alho aumenta a atividade das células exterminadoras naturais (natural killer), destruidoras das células cancerosas.
Também remonta à antiguidade, as propriedades medicinais do açúcar na cicatrização de feridas. Pesquisas recentes revelam seu grande poder na formação de tecido de epitelização nas infecções da pele dos animais.
Este carboidrato possui ação antibacteriana fenomenal e não foram demonstrados reações adversas e efeitos colaterais quando utilizados em animais diabéticos.
O açúcar cria um ambiente com baixo teor de umidade e conseqüente alta osmolaridade no tecido infectado, diminuindo a proliferação de microorganismos patogênicos, além de atrair para a ferida os macrófagos (células brancas), especializados na remoção de tecidos desvitalizados, presentes nos processos necrosantes. Este eficiente cicatrizante possui outra grande vantagem, como o alho, é acessível e barato. Os cremes e pomadas disponibilizados pela indústria farmacêutica são muito caros e alguns inacessíveis a maioria dos consumidores.
A propósito, a palavra açúcar vem do árabe “al zukkar” e tem sua origem primitiva no termo sânscrito “sharkara” que significa “areia grossa”.

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