sábado, 5 de fevereiro de 2011

Os cães pagam o pato

Jornal Cachoeiras 05 02 2011

Os agravos ao meio ambiente levam a urbanização de vetores de enfermidades silvestres, inclusive o Lutzomyia, popularmente conhecido como mosquito palha, cangalinha ou birigui, transmissor dos protozoários flagelados do gênero Leishimania ao homem e animais.
A fêmea deste díptero sai à caça de sangue, preferencialmente no crepúsculo, à noite e durante o dia em ambientes úmidos e sombrios. Não é difícil identificá-lo: é pequeno, peludo, castanho claro ou palha, voa saltitando e em pouso suas asas ficam entreabertas e ligeiramente levantadas. Proliferam em chiqueiros, galinheiros, enfim em locais com matéria orgânica em decomposição, próximos a mata e nas encostas dos morros.
O processo migratório do homem e seus animais têm contribuído sobremaneira para a dispersão geográfica de importantes zoonoses, dentre elas as que têm como agentes organismos unicelulares. Um exemplo é a doença de Chagas e as Leishmanioses em franca expansão territorial.
Na esfera doméstica o cão é o principal reservatório da enfermidade e o tratamento geralmente não resulta em cura etiológica, tornando-o um portador assintomático. No ambiente silvestre, a raposa e outros canídeos são os hospedeiros naturais.
Em muitos países o tratamento da Leishmaniose canina é permitido, por aqui o Ministério da Saúde veda terapia com medicamentos humanos e não reconhece a utilização de vacinas no seu controle, apesar da Organização Mundial de Saúde não falar em eutanásia quando se refere ao Calazar.
Existem meios e procedimentos, apesar de não serem baratos, para o controle da Leishmaniose canina que deve ser acompanhado por um médico veterinário habilitado.
Que é um problema de saúde pública é incontestável, porém os cães pagarem o pato pelos surtos de doenças que nós provocamos quando desequilibramos o meio ambiente, é além de contra senso uma desumanidade.

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