sábado, 3 de setembro de 2011

Agosto e hidrofobia



Jornal Cachoeiras 03 09 2011

Quando Cesar Augusto, para não ficar atrás de Julio César homenageado com julho, colocou 31 dias no seu agosto as coisas não deram certo para este mês carregado de agouros e superstições.
Agosto carrega fatos que corroboram sua negatividade - start da primeira e segunda grande guerra, suicídio de Vargas, massacre de São Bartolomeu ordenado por Catarina de Médice onde milhares de protestantes foram assassinados, edificação do muro de Berlim, primeira execução numa cadeira elétrica, epidemia de gripe asiática no país, início da matança entre Católicos e Protestantes na Irlanda, aniquilação de quase duas centenas de milhares de pessoas em Nagasaki e Hiroshima, renúncia de Jânio Quadros, Hitler assume a Alemanha, morte trágica de Juscelino Kubitschek e o ataque do cachorro louco. Não é a toa que a campanha anual de vacinação anti-rábica é realizada em setembro, logo após agosto.
Deixando as superstições e sortilégios à parte, a verdade é que a grande luminosidade dessa época do ano incita à sexualidade nos animais e em conseqüência a promiscuidade, pré-dispondo a disseminação do letal vírus da raiva, principalmente nos cães errantes. Na raiva humana o principal reservatório é o cão, mas outros mamíferos também podem estar envolvidos. A única forma de transmissão conhecida entre humanos é através do transplante de córnea.
Na Grécia antiga Aristóteles, aluno de Platão, já alertava sobre o perigo da mordida de cães raivosos, época em que pensavam que sede intensa, insatisfação sexual, hiper excitabilidade ou ingestão de alimentos muito quentes acarretava raiva.
A partir do local mordido, arranhado ou lambido, as partículas virais contidas na saliva do agressor ganham os axônios das terminações nervosas, propagando-se em direção ao sistema nervoso central, numa velocidade de 1 mm/h. A vítima permanece consciente em toda sua progressão, até a fase de excitação quando ocorre espasmos alucinantes na garganta com dores lancinantes ao ingerir água e alimentos, o que ocasiona um medo intenso de líquidos, daí o nome hidrofobia. Nesta fase pode ocorrer hostilidade, agressão, alucinação e ansiedade extrema decorrente de estímulos aleatórios visuais e acústicos, precedendo a fase paralítica com asfixia, coma e morte.
Vacine seu cão e gato anualmente contra a raiva, em beneficio de homens e animais.
“Homenagem ao maior especialista em raiva que se teve notícia, meu professor de virologia Dr. Renato Silva que muito contribuiu com seu saber nas salas da UFRRJ.”

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