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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Nem sempre o melhor amigo

Jornal Cachoeiras 29 10 2011

Acidentes envolvendo cães não são tão incomuns, a mídia reforça esta teoria através de seus noticiários. Um cão dominador ou que carrega seqüelas de uma ausente ou inadequada socialização pode ser uma arma bastante perigosa.
Um animal marcadamente dominante estará sempre em defesa de sua posição hierárquica na matilha, onde o homem é parte.
Na pirâmide psicológica desses animais encontramos os assumidamente dominadores, os que aspiram dominar, os emocionalmente equilibrados, os medrosos e tímidos, que quando encurralados mordem por medo e os extremamente independentes, que nem aos donos se apegam.
Cada perfil psicológico animal deve ser adequalizado, se é que esta palavra existe, ao correspondente de seus donos. O bom convívio exige preparo de quem assume a relação e conhecimento de determinadas particularidades raciais e individuais.
Do nascimento até a sétima semana de vida, quando seu cérebro já estará completo, a atenção deverá ser redobrada. Tudo que acontecer de ruim neste curto período marcará, de certa forma, sua personalidade, formando comportamentos indesejáveis como conduta desequilibrada, agressividade descontrolada e temor mórbido.
Algumas características raciais, como a agressividade, já vêm no pacote genético, oriundos de seus ancestrais. Seu fenótipo é fruto da interferência ambiental no seu genótipo. Cães violentados e desrespeitados acentuam determinadas potencialidades herdadas, inadequadas ao convívio em família.
O teste de Volhard é uma boa dica pra quem quer ter um cão e está em dúvida sobre qual escolher. Deve ser aplicado no final da fase de socialização, isto é, no 49º dia de vida e projeta o temperamento do novo membro da família e sua reatividade frente à dominância humana.
Esta avaliação serve de parâmetro para orientar o melhor manejo na criação, tendo em vista a formação de um indivíduo seguro, feliz e equilibrado.
Alguns canis de reprodução já praticam o teste, vendendo a seus clientes animais apropriados às suas aspirações e necessidades.

domingo, 23 de outubro de 2011

Ratos que voam

Jornal Cachoeiras 22 10 2011

Um simboliza a paz, dois o amor e muitos uma revoada de problemas. Vivem em média oito anos, podem ir do Rio a São Paulo sem se cansar, numa velocidade de até 80 km/h e são capazes de localizar seus ninhos a mais de mil quilômetros além.
No testamento antigo, a pomba retornou a arca de Noé com um ramo de oliveira, simbolizando que Deus tinha dado uma trégua na batalha contra a humanidade, na mitologia cristã e judaica uma pomba branca representa a paz e simboliza o Espírito Santo descendo sobre Cristo em seu batismo no Jordão
Essas aves columbiformes chegaram no século XVIII através de embarcações oriundas do velho mundo, principalmente da costa da Inglaterra e Portugal. Aqui encontraram farta alimentação, condições arquitetônicas parecidas com o habitat rochoso de seus ancestrais e a hospitalidade do brasileiro ao exótico.
Seus predadores naturais são as aves de rapina, quase inexistentes nas áreas urbanas; em alguns aeroportos são usados falcões no seu controle já que é uma ameaça à segurança dos vôos.
O “rato com asa” alberga agentes de doenças como a histoplasmose, toxoplasmose, ornitose, salmonelose e a prevalente criptococose, provocada por um fungo que pode levar a meningite e pneumonia no homem.
Além dos agravos a saúde o pombo é responsável por danos materiais, entupindo ralos, calhas e deteriorando com seus excrementos corrosivos metais, madeiras, pedras e superfícies das edificações.
Existem vários métodos de controle das populações columbófilas, que vão desde a utilização de barreira física, inclinação de superfície de pouso, pombais de reprodução controlada, uso de repelentes e emprego de contraceptivos.
O melhor controle é não alimentá-los, seu crescimento populacional é diretamente regulado pela disponibilidade de comida.
Matá-los não resolve o problema. É sabido que se eliminarmos um décimo de uma população de pombos, os 10% que morreriam de enfermidades, fome e frio sobrevivem de alguma maneira, preservando a integridade da população.
Está no Artigo 20 da Lei Ambiental 9605/98 - os pombos são animais domésticos, matá-los ou causar-lhes danos físicos é passível de pena de reclusão inafiançável de até cinco anos.

sábado, 8 de outubro de 2011

Doenças globalizadas

Jornal Cachoeiras 08 10 2011

Muitas doenças animais afetam o homem, são as zoonoses e algumas são bastante graves. O vírus da raiva liquida sem piedade a sua vítima, a bactéria da leptospirose faz um estrago considerável em organismos animais e um novo mutante do H5N1 se expande pela Ásia assustando a humanidade. A ONU alerta sobre o ressurgimento da gripe aviária que pode chegar pelas correntes migratórias
O estreito envolvimento do homem com os pets não para de crescer. Em meio ao caos e a desconfiança global em que está mergulhada a humanidade a fidelidade do seu animalzinho de estimação chega em boa hora e ganha cada vez mais espaço - o mercado pet quem o diga.
A proximidade com os animais traz benefícios tanto na esfera física quanto psicológica mas dividir o espaço com um animal requer a adoção de medidas sanitárias e cuidados específicos para que a relação seja segura, não pondo em risco a saúde familiar. Cuidar, alimentar, vacinar, manter uma boa higiene além de entender e amar, são fatores primordiais.
Aves podem transmitir a “Chlamydophila psittaci”, bactéria causadora da psitacose nos psitacídeos, ornitose nas outras aves e clamidofilose nos mamíferos - no homem é uma zoonose ocupacional, eventual, com sintomas moderados; a gravidade da infecção tem relação direta com as defesas do organismo. Idosos com idade avançada, crianças e imunodeprimidos são mais susceptíveis a forma mais grave.
Permanente higiene e alimentação equilibrada aumentam a imunidade das aves e em conseqüência, reduz substancialmente a possibilidade de enfermidades.
Calopsitas, papagaios, periquitos, cães, gatos, répteis, roedores e tartarugas necessitam, para o bem de todos, de cuidados e atenção quanto a sua saúde. O médico veterinário deve ser consultado quando se faz necessário

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O pastor alsaciano

Jornal Cachoeiras 01 10 2011

Rebatizado como pastor alsaciano devido a fama de cão nazista, só na década de 30 o kennel Club reabsorveu o pastor alemão que em Portugal é conhecido como o lobo da alsácia.
A animosidade no pós-guerra fez com que o pastor fosse evitado pelos países aliados, quando França e Inglaterra fecharam-lhe as fronteiras.
Na primeira grande guerra foi cão alarme e mensageiro, na segunda seu trabalho foi bem mais aturado, explodir minas e atacar o inimigo no “front”.
Em uma das teorias que tentam explicar sua origem os atuais pastores alemães descendem da intersecção de cães de pastoreio das Saxônias, da Germânia Meridional e de outras províncias. Por milhares de anos os alemães aprimoraram seus cães e, de prole em prole, chegaram ao primeiro da raça apresentado em 1882 por Max Von numa feira de eventos em Hannover.
Um dos melhores cães para adestramento e segundo “A inteligência dos Cães” de Stanley, o 3º mais atilado das quase oitenta raças estudadas.
Por sua bravura, lealdade e caráter incorruptível é tido como o mais popular e admirado cão em todo mundo.
Congrega várias aptidões além do pastoreio: busca e salvamento, guarda companhia, guia de cego, guerra, polícia, além de excelente farejador de olfato extremamente aguçado.
Cinza, preto, amarelo e manto negro, são as cores mais encontradas; o branco não é permitido.
Dentre os pastores alemães famosos destacam-se Rin-tin-tin, companheiro fiel do Cabo Rusty; Lobo, do Vigilante Rodoviário; Jerry Lee do filme K-9; a inseparável Blondi que Hitler envenenou antes de se matar.
Quase todas as melhores características e aptidões da espécie canina estão concentradas nesta versátil raça. A coragem, guarda e inteligência são características marcantes no pastor alemão.