sábado, 3 de agosto de 2013
O invasor mico estrela
O Callithrix penicillata e o C. jacchus são oriundos das regiões centro oeste e nordeste respectivamente. Os saguis de tufo branco e tufo preto representam uma ameaça real aos ecossistemas fluminenses, principalmente aos seus primos “da serra escuro” e “leão dourado”, endêmicos na região e ambos no corredor da extinção. Pertencendo ao mesmo gênero dos intrusos acontece a hibridização, isto é, as espécies autóctones cruzam com as forasteiras ocorrendo perdas genéticas levando a aniquilamento dos primatas nativos.
Com relação a danos ao meio ambiente, a invasão de espécies exóticas só fica atrás do desmatamento, é atualmente uma das maiores ameaças a biodiversidade. Aumentam os riscos de extinção de animais nativos pela exposição a novas doenças, predação e competição por alimento e abrigo. É bom lembrar que os primatas são potencias transmissores da febre amarela, Chagas e raiva para outros animais e homem.
Onívoros, e vorazes salteadores de ninhos, esses calitriquiídeos põe na berlinda espécies ameaçadas como o “formigueiro do litoral”, um dos pássaros mais raros do mundo, só encontrado numa pequena faixa da Região dos Lagos no Rio de Janeiro. O mico estrela também se alimenta de gomas, frutas, flores, invertebrados e animais menores. Extrai carboidrato e cálcio das árvores gumíferas abrindo uma ferida no seu tronco com os dentes incisivos inferiores, afetando a integridade da espécie.
Há uma relação direta da oferta de alimentos e o aumento populacional. Fornecer-lhes alimentação extra, conduz a superpopulação e seus agravos. É uma tendência humana alimentar estes primatas silvestres, o que não é bom nem para eles e nem para o meio ambiente. O ideal seria repatria-los ou, esterilizar suas populações através de meios contraceptivos, o que não é barato.
Muitos dos animais vulneráveis são dispersores e polinizadores, sua diminuição afeta também a flora.
Há muita polêmica com relação à intensidade do impacto do mico estrela nas matas fluminenses, por falta de recursos pouco se pesquisou. A pesquisa sobre os agravos resultante dessa invasão é fundamental para o restabelecimento do equilíbrio vital da natureza.
São seus principais predadores no habitat natural, as aves rapinantes e o mustelídeo “irara”, parenta da marta.
Pela saúde de nossas matas, não superalimente, não comercialize e não solte os saguis no meio ambiente.
(Jornal Cachoeiras 03 08 2013)
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