(Jornal Cachoeiras 16 04 2011)
O Aedes aegypti ganhou o estrelato com o aparecimento da dengue, mas outros mosquitos também têm seu lugar no pódium das pragas urbanas. As fêmeas do Culex quinquefasciatus do codinome "pernilongo" se banqueteiam nos animais de sangue quente, dos quais fazemos parte; o "pólvora" deixa nossas pernas e braços em "polvorosa" com sua picada alucinante, e o "palha" nos assusta com suas leishmanioses.
Os pernilongos se multiplicam em criadouros artificiais de águas estagnadas. Podem transmitir microorganismos causadores de doenças no homem e animais, é o caso da filariose bancroftiana (elefantíase), encefalites e virose Oropouche nos humanos e dirofilariose (verme do coração) nos cães
A dengue acomete mais de 100 milhões de pessoas todos os anos no mundo, mas o mosquito transmissor parece estar com seus dias contados com a criação de um rival transgênico, que produzirá populações portadores de um gen que limita o crescimento das asas, levando-o á extinção. Se o projeto der certo, os cientistas britânicos e americanos terão dado um salto na guerra contra os insetos vetores.
Em outro projeto, os mosquitos geneticamente modificados passam para a sua prole uma proteína que não deixa o inseto atingir a fase adulta. E em outro só nascem machos que não são hematófagos. A pergunta que fica no ar, é se haverá número suficiente de transgênicos. Como ficarão os seus predadores (sapos, pássaros, lagartixas, etc.), morrerão de fome? E se esse novo alado cismar de transmitir alguma outra doença? Nessa interminável guerra o melhor caminho ainda é a manutenção da densidade populacional destes vetores em níveis suportáveis: colaborando com as atividades de combate efetuadas pelos órgãos públicos, evitando a investida do mosquito através do entelamento, usando roupas adequadas e substâncias repelentes e acima de tudo, tampando as caixas d'água, além de descartar qualquer possibilidade de acúmulo de água parada em seu domicílio.
Hoje quem realmente lucra nessa batalha são os fabricantes e os que comercializam repelentes, até porque durante as epidemias os preços destes produtos dão uma pela picada no bolso do consumidor.
Só as fêmeas exercem a picadura, se elas não chuparem seu sangue não conseguirão maturar seus ovos, que conseqüentemente não eclodirão em mais mosquitos.
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