segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Cães bomba

A idéia de que só Pastores, Rottweilers, Dobermans e outras raças afins são adestráveis não condiz com a realidade. Independente do porte, raça ou sexo todos os cães em maior ou menor grau assimilam bem o aprendizado.
A integração desses animais com o homem vem desde o império romano, ficando mais evidente no início do século XIX quando a nobres ingleses utilizaram Foxhound e Beagles nas caçadas.
Pastores e Dobermans participaram ativamente na Segunda Guerra Mundial tanto nas atividades de guarda, salvamento, correio e pára-quedismo como no front carregando artefatos explosivos como verdadeiros “cães suicidas”. Para esse fim só recebiam alimento embaixo dos tanques de guerra e antes de serem lançados na frente de combate, eram privados de qualquer alimento por dias. Quando soltos, iam diretamente para os tanques inimigos à procura de comida, explodindo-os. Eram verdadeiros “cães bomba”, foram utilizados aproximadamente 40.000 pela então URSS contra a divisão Panzer alemã.
O nome “policial” dado ao Pastor Alemão vem dessa época e grandes escolas militares de adestramento surgiram neste período como a famosa K-9 Unity americana.
Por volta da década de 70, com o avanço da etologia, a forma de adestramento militar foi gradualmente substituída pelo diálogo, dando ênfase ao conhecimento da alma e da linguagem canina. Hoje o adestramento abandonou aquele caráter impositivo, que na verdade formavam animais nervosos, instáveis que atacavam o que viam pela frente e mordiam por medo.
O ensinamento baseado em “conhecimentos etológicos”, onde a inteligência e o respeito fazem parte do aprendizado, formam animais equilibrados que conseguem distinguir uma falsa de uma real ameaça.
Os cães são atualmente utilizados em inúmeras atividades como pastoreio, busca e salvamento, guias de cego, de surdos, operações de resgate, antidrogas, mergulho, correio, como trufeiros e em pet terapia.
Quando bem adestrados, além de serem mais fiéis e obedientes, são bem menos propensos a neuroses, fobias e distúrbios comportamentais.

Jornal A Voz da Cidade – 15/10/2005

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