quinta-feira, 7 de abril de 2011

A picada da morte

(Jornal Cachoeiras 02 04 2011)

Na guerra contra o mosquito transmissor da dengue só tem um perdedor, a população vulnerável, que a cada ciclo viral fica exposta e temerosa com os agravos previsíveis, decorrentes desta doença, cada vez menos controlável com suas mutações e densidade do seu transmissor. É inadmissível ter que conviver todos os anos com os riscos letais de uma enfermidade superável.
Desde a década de 80 o combate ao Aedes aegypti fracassa em operações inócuas e caras. Vidas, em pleno século vinte um, ficam expostas a enfermidades do passado e caras para o contribuinte, pois o que se espera desta relação é a eficiência dos serviços.
Quando por circunstâncias da própria dinâmica do inseto vetor, não ocorrem surtos da doença os responsáveis pelo seu combate se vangloriam com sua falsa eficácia, quando a morbidade e letalidade acontecem, culpam a população e as intempéries pelo ocorrido. Na verdade ninguém quer ser o pai da criança, se eximem de qualquer responsabilidade quando a ela é compartilhada, até porque os responsáveis recebem verbas para a execução de suas ações.
Os serviços públicos existem para salvaguardar as populações, só que são inchados de pessoas subordinadas à autoridades nem sempre comprometidas em exercer o papel para o qual foram outorgadas.
A eficácia voltada ao bem estar público passa primeiro por uma varrição nas administrações, com a admissão de pessoal concursado ou curricularmente dotado de capacidade para o ofício. O segundo fator, passa pelo despertar da enfrascada consciência da população, cuja desinformação contribui para a formação de criadouros, além de conceder aos poderes uma relação pouco crítica nos pleitos eleitorais.
Sem o envolvimento de todos, o sucesso esmerado dos programas adotados e a almejada e necessária erradicação do vetor, serão quase impossíveis.
Sendo a grande totalidade dos focos artificiais, isto é, criados pelo próprio homem, é imprescindível, para que os objetivos sejam alcançados, um forte envolvimento popular nas ações de combate diuturnamente.

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