Jornal Cachoeiras 21 05 2011
Nossa cultura agrícola herdou de passadas gerações a dependência aos seus insumos, dominados na época pelos perigosíssimos organoclorados – DDT, BHC, Aldrin, Lindano e Endrin, muito usados nos anos 70. No Brasil em 1989, após intermináveis pressões populares, finalmente foram proibidas a utilização de formulações a base de cloro.
Agora os organofosforados e piretróides dominam o mercado. Menos de 40% dos produtores rurais calculam a quantidade do veneno utilizado através daquelas complicadas bulas, e menos de 20% se utilizam de cálculos agronômicos. A fiscalização no campo só se preocupa com a comercialização, não existe vigilância nem orientação para sua correta aplicação.
Os riscos não se limitam ao homem do campo. Os resíduos químicos alcançam o solo e as águas subterrâneas. Fatalmente as frutas, legumes e hortaliças que comemos podem conter resíduos desses produtos.
O Brasil é o país que mais utiliza agrotóxicos na lavoura, gastamos anualmente quase três bilhões de dólares na compra desses insumos.
Estima-se que a cada ano mais de dois milhões de intoxicações agudas ocorram no mundo, devido à exposição ocupacional a estes defensivos e mais de trezentas mil mortes aconteçam, principalmente, no terceiro mundo.
Por não serem naturais, os pesticidas são de difícil degradação, acumulando-se nos ecossistemas terrestres e aquáticos gerando uma quantidade de pragas resistentes e exigindo formulações cada vez mais impactantes. Ironicamente, essas substâncias são chamadas pelos lavradores de “remédios”.
A limpeza de frutas e hortaliças, além de eliminar microorganismos, reduz a contaminação química. As frutas devem ser lavadas com sabão, água corrente e descascadas. As hortaliças, além de abluídas, devem ser imersas em água com limão por vinte minutos.
Os naturais produtos orgânicos vêm ganhando espaço junto ao consumo, que cada vez mais se conscientiza dos sérios danos causados pelos defensivos agrícolas.
Cuidado com aquela fruta e hortaliça grande e bonita...
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