sexta-feira, 19 de maio de 2023

A dor de quem cuida

A dor de quem cuida Ronaldo Rocha A fadiga por compaixão libera muita energia em forma de indulgência, sem a contrapartida da recompensa e da realização pessoal. Na prática veterinária ficamos próximos aos nossos pacientes, desde a neonatologia, a geriatria, até a sua morte, o que pode levar a um adoecimento emocional crônico pela fadiga da compaixão, condição bastante preocupante e ainda não tão conhecida. A lida com a doença e sofrimento sobrecarrega o emocional levando à depressão, exaustão, despersonalização e outras mazelas da alma. A veterinária detém a maior taxa de suicídios no mundo, sendo quatro vezes superior a da população em geral e o dobro quando comparada a outros profissionais de saúde. No Reino Unido seus alunos têm acompanhamento psicológico por algum tempo durante a vida acadêmica. O veterinário se envolve emocionalmente tanto com o sofrimento do animal quanto com a aflição e ansiedade do seu tutor. A “Síndrome de Burnout” ou da desrealização profissional é uma condição de intenso depauperamento mental e físico, decorrente das pressões oriundas do ambiente de trabalho. Esses profissionais vivem direta e intensamente o cotidiano com sofrimento, stress e cobranças. A baixa remuneração, a demanda contínua pela perfeição e a competição contribui para a sobrecarga emocional e seus agravos. Burnout é consequência de um esgotamento extremo. É comum entre enfermeiros, médicos agentes de saúde, assistentes sociais, policiais, professores e até entre padres e pastores.

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