sexta-feira, 19 de maio de 2023

Perto da emoção, longe da razão

Jornal Cachoeiras 29.10.2022 Perto da emoção, longe da razão Ronaldo Rocha Quase doze mil síndromes conhecidas afetam a humanidade e dentre elas, a de Estocolmo. Tudo começou há mais cinquenta anos quando Nils Berjot observou reféns de um assalto em um banco na Suécia estabelecendo laços afetivos com seus algozes, conversando amistosamente, enquanto brincavam com cartas de baralho. A síndrome de Estocolmo ocorre quando a agressão vira afeto, quando a vítima admira seu opressor. Também conhecida como "vinculação afetiva de terror", acontece quando a paixão substitui a lógica, enredada numa fantasia não explicada por quem a vivencia ou tenta justificá-la. É um tanto paradoxal pensar que uma das categorias na qual a população menos confia, embora não seja toda, interfere negativamente nos relevantes assuntos da necessidade social e mesmo assim são emocionalmente veneradas. É de bom alvitre exigir políticas públicas de qualidade, que atenda aos anseios sociais, sem sofrer intimidação ou imposição por parte do poder. Geralmente o populismo é prenúncio de totalitarismo. Idolatrar político não compromissado com o bem coletivo é presságio de alienação em massa. A cura da síndrome de Estocolmo, que hoje nos assola na esfera política, só ocorrerá quando abdicarmos do arraigado analfabetismo politico-social em que estamos mergulhados e com o despertar lúcido das nossas consciências. Admirem, mas não idolatrem; defendam, mas não matem ou morram por ídolos dissimulados.

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