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sexta-feira, 19 de maio de 2023
Na rota do cangaço
Na rota do cangaço
Ronaldo Rocha
Há quatro anos em duas rodas me aventurei e sem destino cinco milhas eu andei.
Em Canudos de Antônio Conselheiro, Angicos de Virgulino Lampião, Francês das Alagoas e Piranhas no sertão.
No esturricado Alagadiço Zé baiano eu não vi, em Vargem Grande do Cabeço um assalto quase sofri e em Jeremoabo carne de bode no pirão de leite comi.
Na prainha de Canindé que Domingos afogou, na Croa de Sergipe o Goré me atacou e no Velho Chico o Gaiola não mais singrou.
Em Caraíva de Trancoso o luar não apagou e na Pedra Furada da Restinga de Maraú a morena me encantou.
Sob o sol da caatinga na sombra da Braúna me abriguei, no espinho do Facheiro me espetei, em Angicos com a Coroa de Frade me deparei e com o suco da Mangaba minha sede eu matei.
Em Itamarajú da Bahia parte minha ficou, mas a outra me acompanhou, aqui a viagem acabou mas a estrada da vida não me parou.
(Com Marcelo Poubel e Rosemary Rocha em dezembro de 2018)
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