sexta-feira, 19 de maio de 2023

A dor animal

A dor animal Ronaldo Rocha Se no homem a dor pode ter relação com culpas e resgates, o que dizer nos inculpados animais que dela também padecem. A dor é um instinto de preservação, a insensibilidade no corpo físico seria incompatível com a vida. Segundo Platão, dói quando a harmonia dos elementos que compõem o ser vivo é comprometida e, vivendo em equilíbrio com a natureza, o homem dela se desvencilha. Epícuro, profetizou a dor como conseqüência da busca do prazer vulgar e desmesurado. Cristo, pregou a não concepção de dor-punição ao bem aventurar os aflitos, assinalando que o sofrimento seria uma oportunidade de purificação da alma. Para Hipócrates, sedar a dor era obra divina - “Sedare Dolorem Opus. Por ter o homem consciência definida, a excitação psíquica decorrente da dor auxilia no despertar do princípio inteligente, uma reação aos abusos do livre arbítrio, e nele, a que mais dói é a dor moral. A algia já foi relacionada à maldade, às trevas, aos demônios e à magia, era amenizada por sacerdotes, shamans e feiticeiros, que a considerava um inimigo que deveria ser execrado com expiações, rituais e até sacrifícios Por não verbalizar, fica difícil o entendimento desse sofrimento nos animais; sua detecção depende mais de mudanças comportamentais do que de sinais específicos; evidenciadas pela depressão, gemido, inapetência , automutilação, imobilidade, agressividade, tremores e taquicardia. Sua debelação além de uma questão ética, tem a ver com sentimentos humanitários. Hoje a terapêutica antiálgica dispõe de procedimentos que proporcionam bem estar aos animais vitimados pela dor.

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