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domingo, 28 de maio de 2023

Desvendando o inimigo

Desvendando o inimigo Dr Ronaldo Rocha Os mosquitos estão presentes em todos os cantos do mundo, matando mais gente do que a guerra; são cerca de um milhão de mortes a cada ano. Desde os primórdios, 50 bilhões de humanos sucumbiram às suas picadas. Foram encontrados fósseis de mosquitos nos Estados Unidos, os pré-históricos já picavam o Homo erectus. As cores escuras os atraem, assim como: o calor, o dióxido de carbono que expiramos dos nossos pulmões e o ácido lático presente em nosso suor, até a fragrância de alguns perfumes, pode lhe ser atrativo. Se sabe que esses dráculas em miniatura possuem sessenta tipos diferentes de células nervosas detectoras de odores. Esses pequenos vampiros têm sua atividade plena durante a lua cheia e, no frescor do amanhecer e do entardecer. Precisam apenas de um pouco de água numa tampinha de refrigerante para se reproduzir e, seus ovos podem sobreviver dessecados, por mais de um ano. Através do odor escolhe sua vítima predileta - no caso do Aedes aegypti, transmissor de arboviroses como dengue - o alvo é o homem. O atrativo "decanal" derivado do ácido graxo sapiênico só é encontrado na pele do Homo sapiens que poderá ser utilizado como armadilha, evitando que o inseto rastreie o sangue humano. A saliva da fêmea injetada por sua probóscide, contém um anticoagulante, que provoca alergia em algumas pessoas e, o frenético bater de suas asas tira o sono de muita gente. Esses dípteros têm um papel importante na natureza: alimentam peixes, anfíbios, morcegos e pássaros, além de polinizar as flores ao sugar o seu néctar. Se conseguíssemos obliterar sua conexão olfativa com o odor atrativo de sua vítima, talvez as viroses e parasitoses por eles transmitidas não matassem tanto. * Médico veterinário-UFRRJ/Jornalista-ABJ

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