domingo, 13 de dezembro de 2009

Aedes e Achatina, o mau que se aproxima

Qualquer interferência no equilíbrio ambiental, fatalmente resultará em proliferação de uma determinada espécie vegetal ou animal, trazendo consigo conseqüências até previsíveis, para a saúde e o meio ambiente. O desmatamento irrefreável, a poluição, a ingerência deletéria nos ecossistemas, a falta de critérios na importação de espécies exóticas e o planejamento urbano desumano e irracional, são os principais fatores responsáveis por este desequilíbrio.
O Aedes aegypti vetor da dengue e febre amarela, encontrado em 3600 municípios do país, tem de ser submetido a um alentado processo de erradicação, para eximir o aparecimento de novos surtos da dengue com virulência cada vez maior a cada ciclo. O controle vem razoavelmente sendo desenvolvido pelo poder público, porém, uma das mais importantes atividades: o envolvimento racional da população nas atividades ainda é subestimado. A participação da comunidade como um todo, é necessária e imprescindível, e cada indivíduo tem a obrigação de, sob orientação dos órgãos responsáveis, desestabilizar o criadouro do mosquito, a maioria dos focos é encontrada no domicílio e sua cercania. Só assim a eficácia dos programas de combate e a almejada e necessária erradicação desses vetores acontecerão.
É de vital importância que cada cidadão fique alerta com relação ao “criadouro” do mosquito, que pode ser desde uma casca de ovo, uma bromélia, pneus velhos, um vaso de planta aquática, uma caixa d’água destampada até piscinas abandonadas.
Uma epidemia, com a forma hemorrágica desta arbovirose seria uma catástrofe, a rede pública de saúde desestruturada não suportaria tal demanda.
Outro perigo iminente é o Achatina fulica que deposita no ambiente aproximadamente duas centenas de ovos a cada postura bimestral que com as chuvas eclodirão e uma nova safra deste caracol (caramujo é aquático), estará saboreando nossas plantações, hortas, pomares e jardins. Esse molusco transmite a Angiostrongilíase abdominal e a meningoencefálica com morbidade e letalidade consideráveis.
Para o seu controle evite acúmulo de lixo e proceda a catação manual, afogando-os numa solução saturada de sal, sem esquecer de proteger as mãos, porque o helminto Angiostrongylus cantonensis como o costaricense, estão presentes em suas secreções. Deve-se ter o cuidado para não exterminar os exemplares da fauna autóctone o que causaria mais desequilíbrio. É importante saber diferenciá-los.

Jornal A voz da Cidade – 29/10/2005

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