segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A gênese do cão

Dentre todos os animais, os cães provavelmente foram os primeiros a serem domesticados. Tudo começou a cerca de 100.000 anos, quando lobos cinzentos (Canis lupus) em busca de restos de carcaças animais, rondavam os acampamentos pré-históricos. Sua primeira utilização pode ter sido de guarda, denunciando a presença de animais selvagens como os grandes felinos, posteriormente foram utilizados na caça. Supõe-se que nesta época o homem desenvolveu a fala superando o robusto Homo sapiens neandertalensis.
Filhotes dos lobos cinzentos eram capturados e quando adultos os que se tornaram indomesticáveis eram descartados ou impedidos de acasalar. Teve início então a domesticação e a seleção artificial originando as 400 raças caninas conhecidas e os viras latas ou rafeiros (Portugal) resultantes de acasalamentos inter-raciais.
A maior raça canina é o Irish Wolfhound e a menor o mexicano Chihuahua. Os cães pertencem ao reino Animal, filo Cordata, classe Mamália, ordem Carnívora, família Canidae, gênero Canis e espécie Canis familiares.
Os nossos melhores amigos possuem inúmeras utilidades resultantes de sua considerável inteligência, relativa docilidade, excelente olfato, estrutura hierárquica parecida com a dos humanos e boa audição. Atividades de caça, pastoreio, guarda, guias de cegos, terapia alternativa, puxadores de trenó, polícia, resgate, guerra e companhia são exercidas por estes animais em todo mundo.
Esses canídeos tem um olfato bastante aguçado, possuem quarenta vezes mais células olfativas do que os humanos, sendo usados para identificar vazamentos de gás, drogas escondidas, pessoas soterradas, trufas e minas terrestres. Sentem rastros de cheiro de pessoas que passaram por um determinado local há vários dias.
São capazes de ouvir ultra-sons, sua faixa de freqüência sonora vai de 10 a 60 Khz enquanto a nossa vai de 16 a 22 Khz. Detectam o som quatro vezes mais distante do que o homem e em apenas seis centésimos de segundos percebem a origem do som.
Como falou Théo Gygas em O cão em nossa casa : “De todos os animais que conhecemos é o cachorro o que mais se uniu a nós. Sejam príncipes que lhe dão farta comida e leito de plumas, ou mendigos que dormem ao relento e só podem oferecer-lhe uma pequena parte das suas próprias migalhas; idêntica é a sua afeição e dedicação e com igual amor lambe a mão ornada de jóias e os dedos trêmulos, consumidos de doença e fome”.

Jornal A Voz da Cidade – 10/10/2006

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