segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Vem chegando o verão

Com praias, sorvetes, banhos de rio, loiras geladas e aquele clima sensual à flor da pele.
Seria mais um gostoso verão tropical, não fossem as balas perdidas e a ameaça daquela draculesca botafoguense, que adora sorver sangue humano, por vezes contaminado com partículas virais da dengue.
Não passaria de uma simples picada, se a fêmea do Aedes aegypti não fosse promíscua, adentrando com sua rígida probóscída nervosa, outras corpos humanos à procura do néctar vermelho, extremamente necessário à maturação dos seus ovos. Aí é que o vírus da dengue deita e rola, se propagando pelas multidões.
Há mais de duas décadas combatendo o mosquito transmissor, os programas adotados têm se mostrado inócuos. Sendo a grande totalidade dos focos artificiais, isto é, criados pelo próprio homem, é imprescindível, para que os objetivos sejam alcançados, um forte envolvimento popular nas ações de combate, senão morbidades e letalidades acontecerão.
Cada um tem o dever de ficar vigilante com relação a qualquer condição que levem a formação de criadouros do mosquito - que vai desde uma tampinha de garrafa ou casca de caramujo africano à uma calha entupida ou uma piscina não tratada.
Em tempo, só a fêmea é hematófaga. Uma única reprodutora pode originar centenas de novos descendentes. É só ter à sua mercê qualquer depósito de água parada, cristalina e de preferência na sombra.
Pelo andar da carruagem, erradicar o Aedes aegypti ainda é uma utopia. Só resta evitar ao máximo a proliferação do mosquito e isso só se consegue com a sua participação.

Jornal Cachoeiras – 14/11/2009

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