domingo, 13 de dezembro de 2009

Pseudo-humanos animais

O estreitamento da relação humana com animais domésticos, característica dos grandes centros, evidencia distúrbios sociais, emanantes da conflitante e desenfreada urbanização, calcada no ganho de capital e na desvalorização humana.
Nesse estreito convívio o papel animal sofreu significativas mudanças de acordo com as patologias sociais da humanidade que os acolheu. As neuroses contemporâneas, o egocentrismo, as sociopatias, a desvalorização da vida e a clara inversão de valores geram núcleos familiares desequilibrados e como conseqüência animais com distúrbios sociais e comportamentais diversos. Males que sobremaneira refretirão em sua esfera física, com quadros clínicos diversos como auto-mutilação, obesidade, enfermidades dermatológicas e outras organopatias.
Num futuro bem próximo haverá necessidade de maior atenção voltada à psique animal com a utilização de substâncias estabilizantes e psicoterapia. Será o avanço da “psiquiatria animal” atrelada a humana já que a gênese de suas patologias são originárias das famílias ao qual pertençam.
É inegável que a maior proximidade com os humanos rende-lhes alguns dividendos como maior atenção com a sua saúde e melhor alimentação, naturalmente em lares onde são considerados e respeitados. Em contrapartida o estreitamento e a imposição de comportamentos humanóides aos animais imputa-lhes perda da identidade da espécie e absorção de psicopatologias humanas.
Na relação familiar o animais domésticos tornaram-se membros pseudo humanos de uma sociedade sem rumo e desalinhada. Pobres animais, serão vítimas da catástrofe e sucumbirão com a espécie humana.

Jornal A Voz da Cidade – 28/01/2006

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