segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Homem desequilibrado, animal neurótico

Na matilha, o animal dominante ou alfa, tem prioridade na alimentação, acasalamento e outras regalias; essa posição é mantida até que sua dominância seja ameaçada por outro animal de posição hierárquica subseqüente ou beta, nesse confronto a agressividade é parte da contenda. Na ótica canina, os humanos - por possuírem uma estrutura hierárquica similar - são tidos como concorrentes na disputa por posição. Já presenciei situações em que o cão é o dominante na família, não se submetendo aos outros indivíduos (inclusive humanos), é o caso de cães que mordem ou não respeitam seus donos. Também não é incomum, animais que obedecem a uma só pessoa na família, sendo intransigente e até agressivo com as demais. Essa “agressividade natural” só é observada quando sua posição ou seu território é ameaçado.
Os cães absorvem consideravelmente as neuroses humanas, refletindo-as sob forma de depressão, insegurança, tristeza, fobias e agressividade na esfera psíquica e doenças de pele, automutilações, distúrbios no apetite e outras patologias na esfera física.
Conseguem entender o que sentimos, não através da nossa vocalização, mas pelas emoções que emanamos, seja insegurança, raiva, medo, alegria, afeto, ódio, desamor e raramente julgam erradamente nosso caráter.
A “agressividade patológica e descontrolada” é sintoma de uma relação traumatizante com humanos e cuja gênese são traumas na esfera física e psíquica ocorridas principalmente na infância e adolescência, como fome, espancamento, falta de amor clausura inconcebível em canis ou confinamento dantesco em correntes
A relação com os animais não deve ser insegura, possessiva e nem neurótica e sim baseada na sensibilidade, no equilíbrio, no respeito, na racionalidade e no amor. É mais do que uma obrigação do homem proporcionar vida digna aos animais, já que, é ele quem estabelece o início da relação.
Amem e respeitem seus animais e eles serão indivíduos companheiros, tranqüilos, seguros, confiáveis e sem neuroses.

Jornal A Voz da Cidade – 07/01/2006

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