segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Erradicação, o grande desafio

Só existe uma maneira de não estarmos vulneráveis a surtos e epidemias provocadas pelo vírus do dengue, é exterminar totalmente o mosquito Aedes aegypti, também vetor da febre amarela urbana .
Enquanto medidas sanitárias e epidemiológicas insipientes forem adotadas e inexistir um efetivo envolvimento popular nas decisões e nas ações de combate ao vetor- que deve totalmente ser direcionado a fase aquática do mosquito -o sucesso de qualquer programa voltado à erradicação do mosquito será ineficaz . A adoção de ações efetivas de controle tem necessariamente de passar por todos os segmentos da sociedade desde os pesquisadores nas universidades até as donas de casa com seus ornamentais vasos de plantas.
Os serviços de saúde são incapazes de eliminar totalmente os focos e desestabilizar os criadouros. Desde a epidemia de 86 pelo sorotipo I com quase 100.000 casos notificados no estado, toneladas de inseticida são dispersos no ambiente e larvicidas dissolvidos nas cisternas e caixas d’água e os surtos e epidemias de dengue continuam, com o passar do tempo cada vez mais virulento e vitimando com gravidade maior os mais sensíveis., um exemplo é o aparecimento de casos de dengue visceral no vizinho Paraguai.
Na primeira epidemia que grassou no nosso município em 1986, atuando na vigilância sanitária com apoio do então prefeito Rui Coelho Gomes e do secretário de saúde Dr. Carlos Alberto Trindade, realizamos um programa que foi desenvolvido com decisões locais e com envolvimento de todos que dele participaram, tendo da extinta SUCAM apenas o apoio material. Formamos através de uma avaliação oral e escrita, a primeira equipe municipal de mata mosquitos, os gloriosos camisas verdes agentes de saneamento, que utilizando um caminhão com uma boca de ferro, sacos, picaretas e imbuídos de um consciente espírito sanitário varreram as áreas urbanas do município, reduzindo substancialmente a densidade do mosquito e consequentemente o atendimento hospitalar naquela epidemia de 1986.
Não é causando impacto ambiental e afetando outras espécies animais com o uso de inseticidas, que ficaremos livres desse perigoso inimigo, mas formando um grande exército, consciente da necessidade urgente e inadiável de erradicar o Aedes aegypti, antes que no futuro uma devastadora epidemia não só pelo vírus da dengue mas também pelo da febre amarela urbana aconteça.

Jornal a Voz da Cidade – 31/03/2007

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