domingo, 13 de dezembro de 2009

O lamento do Macacu

No paraíso das águas cristalinas, límpidas e puras nascentes abrolham no exuberante verde da Mata Atlântica, num misto de encanto e cristalinidade.
Emerge o rio Macacu, serpenteando por vales, montanhas e planícies, até junto de seus irmãos Ganguri, Boa Vista e Guapiaçu repousar sereno na Baia de Guanabara.
Poço Verde, Dona Ninha, Sassuí e Dr Castro; em suas pedras e areias, musas e cavalheiros ostentavam seus trajes de ocasião e em suas claras e esverdeadas águas, ricas alegorias de papel se desmanchavam, colorindo de azul, vermelho e amarelo sua superfície, no inolvidável “banho a fantasia”.
Atualmente ignorado e impiedosamente assolado, chora um triste lamento que ressoa nas cinzentas entranhas de seu lodoso leito.
Pobre rio, meio sem jeito ainda sorri para os seus algozes, que fazem do seu corpo um érebo de esgoto, lixo e de putrefatos dejetos.
Esquecido e desamparado pelos que em sã consciência deveriam protegê-lo resiste sem perder a esperança de que num futuro próximo o despertar da enfrascada consciência dos seus verdugos, faça-o sorrir novamente.
Cachoeiras de Macacu tenha compaixão desse bem precioso que a cada dia se perde nas sinuosidades da sua inconsciência.
O rio só precisa ser amado e respeitado, para generosamente proporcionar vida, lazer e desenvolvimento.

Jornal a Voz da Cidade – 27/05/2006

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