domingo, 13 de dezembro de 2009

Totó, o rubro negro

Como a maioria dos cães Totó queria ver seu time, aquele da Gávea, levantar a taça do campeonato brasileiro. Era o que mais sonhava.
Empolgado, resolveu ir ao Maraca. Juntou uns ossinhos e correu pra bilheteria, foram três dias naquela quilométrica fila para conseguir um ingresso. Lá pelas tantas, o stress era tão grande que os dentes rangeram no pedaço.
Não deu outra, a tropa de pitbulls musculosos da PM baixou o cacete para acalmar a galera, não faltaram rosnadas, mordidas e patadas. Enfim, Totó todo machucado foi direto pra UTI, os veterinários só não conseguiram recuperar os dois dentes que perdeu.
Mas valeu a pena, afinal de contas seu Flamengo, depois de 17 anos - ele não era nem nascido - estava com o título nas mãos.
Pouco importava se o Sultão, governador da capital do seu país, tava junto com sua matilha metendo propina na cueca e se seus irmãos “vira-latas” abandonados nas ruas passavam fome ou morriam atropelados. A isso ele estava acostumado.
Deixar de assistir o espetáculo com seus ídolos preferidos, nem pensar. Mesmo todo quebrado foi cedinho pro Mário Filho. Uivou e latiu o tempo todo, empurrando seu time para a vitória, e não deu outra, o Mengão foi campeão.
Daqui a alguns anos, envolvido pela magia do futebol, lá estará o Totó feliz da vida torcendo por mais um título do seu rubro negro de coração.
Contra o Sultão, aquele governador propinófilo, nada foi provado e ainda conseguiu eleger seu sucessor.
... Espero que não!!!

Cachoeiras Jornal – 12/12/2009

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