segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Ofidismo animal

Comuns em cães e raros em gatos os acidentes envolvendo ofídios venenosos requerem atendimento de emergência face as graves provocadas pela peçonha ao organismo do animal e se possível identificação da espécie agressora visando à terapia específica.
Em nossa região quase a totalidade dos acidentes é provocada por cobras do gênero Bothrops (jararaca e jararacuçu). seguidos do Lachesis (surucucu).
Na maioria das vezes os animais são picados na região da face e pescoço, partes do corpo que primeiro de aproximam da cobra. A severidade do envenenamento depende da quantidade de peçonha inoculada. Leve, com alterações no local da picada e grave, com alterações sistêmicas.
Acidentes com jararacas são bastante doloridos, provocam edema (inchado), sangramento e marcas arroxeadas no local. Na ocorrência de maior gravidade aparece sangue na urina, necrose tecidual, insuficiência renal, gangrena e choque podendo levar a morte. No caso da surucucu – gênero Lachesis -ocorre significativo edema local, sangramentos, vômitos e diarréia. As corais verdadeiras – gênero Micrurus – são responsáveis por menos de 0,5 % dos acidentes, tendo pouca importância médica; seu veneno provoca sintomas neurológicos e insuficiência respiratória aguda com dificuldades de respirar, abrir os olhos e engolir.
Se um animal for atacado por uma serpente, medidas preliminares devem ser adotadas com o objetivo de evitar o agravamento do quadro clínico. Mantenha–o calmo, imóvel, quando possível utilize compressa gelada no local para minimizar o edema e procure o médico veterinário o mais breve possível para a administração do antiveneno.
Não improvise torniquete porque a toxina retida e concentrada provoca necrose e gangrena e não corte ou dilacere o local, para não acentuar o sangramento. A utilização de querosene, pó de café, terra e outras substâncias são contra indicada, pois, além de irritarem, infeccionam o local da picada.
Estes répteis têm grande importância no equilíbrio vital do meio ambiente, seu extermínio propicia a proliferação de roedores e instabilidade na comunidade biológica do ecossistema.
Não matar os gaviões, corujas e muçuranas, seus predadores naturais, não desmatar, evitar queimadas, manter os quintais limpos e não acumular madeiras, tijolos, telhas e pedras nas cercanias das residências são necessários, na prevenção do ofidismo animal.

Jornal A Voz da Cidade – 11/02/2006

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