segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Dos céus aos infernos

Pobres criaturas celestes, deixam o firmamento quando impiedosamente são trancadas nos infernos das claustrofóbicas gaiolas.
A cada manhã a esperança de voar finda diante das grades que as aprisionam e a cada entardecer suas pequenas asas encolhidas confortam seus frágeis corpos no poleiro frio de sua cela.
Em seus cárceres privados ainda gorjeiam um harmonioso lamento de saudade, como se quisessem tocar na enfrascada consciência de seu impiedoso algoz.
É degradante ver o homem, imagem e semelhança do Criador, aprisionar uma das mais formosas obras da Criação e ainda usar o canto triste da prisão para o seu insano deleite.
Além de retirar os pássaros do ambiente, onde é vital na cadeia alimentar e no equilíbrio ecológico, ainda devastam seu ninhos através das queimadas e dos desmatamentos. Essas evolutivas criaturas dos céus são responsáveis pela arborização e muitas espécies foram aniquiladas ou estão em via de extinção.
Os órgãos ligados à preservação ambiental e as escolas de ensino fundamental deveriam desenvolver com mais contumácia atividades de conscientização voltada à preservação da fauna, da flora e da vida dos pássaros. A grande mudança se fará pelo despertar da consciência das gerações futuras.
A Lei da natureza é impiedosa com os que violam de qualquer forma o seu templo, e inexorável com os que lançam em cárceres privados as aves que habitam os céus.

Jornal Cachoeiras – 17/10/2009

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